MODELAGEM DINÂMICA DA PAISAGEM APLICADA NA ANÁLISE DE USO DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO VERMELHO, GOIÁS, BRASIL

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Pedro Alves Vieira
Manuel Eduardo Ferreira
Laerte Guimarães Ferreira

Resumo

A análise de bacias hidrográficas, no que tange o acompanhamento temporal do uso da terra e da conservação, é reconhecida na literatura científica como uma ação importante para a manutenção de recursos naturais e da biodiversidade em ecossistemas em geral. No bioma Cerrado, tal fato ganha especial atenção, dado o nível das transformações ocorridas neste ambiente desde a década de 1970, principalmente por atividades agropecuárias, ultrapassando o seu limite de resiliência posto em 50%. É neste frágil contexto das bacias, e não dos limites políticos, que o efetivo ordenamento territorial da paisagem deveria ocorrer. Desta forma, por meio de técnicas de modelagem espacial e de geoprocessamento, buscou-se neste artigo avaliar as interrelações de variáveis estáticas e dinâmicas atuantes na Bacia Hidrográfica do Rio Vermelho (BHRV), Estado de Goiás, tais como a fertilidade dos solos, proximidade de áreas convertidas, malha viária e declividade, ressaltando o peso destas no processo de ocupação desta singular bacia, em dois momentos históricos, 1976 e 1987. Até o momento, 65% da área total da BHRV (11 mil km2) já foram convertidos, sendo que o passivo ambiental em torno de rios, lagos e nascentes já ultrapassa os 40%. A análise nos dois principais momentos de sua ocupação revela que a fertilidade e a proximidade de áreas já em uso agrícola são os fatores determinantes para o este cenário de conservação, associados a um crescente sistema viário, atualmente com uma densidade de ~1,2 km/ km² (frente aos 0,41 km/  km² e 0,92 km/  km², em 1976 e 1987, respectivamente). Neste estudo também identificou-se o potencial da BHRV para ampliar a capacidade de suporte bovina (pecuária) para aquelas áreas com uso integrado entre remanescentes e pecuária (sistemas agroflorestais), de 2,4 a 3,6 cabeças/hectare/ano, contra 0,7 a 0,9 cabeças/hectare/ano para as áreas com pastagem convencional. Em outras palavras, um melhor manejo da bacia pode aumentar esta produtividade de forma sustentável, sem a necessidade de ocupar novas áreas de Cerrado.

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Como Citar
VIEIRA, P. A.; FERREIRA, M. E.; FERREIRA, L. G. MODELAGEM DINÂMICA DA PAISAGEM APLICADA NA ANÁLISE DE USO DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO VERMELHO, GOIÁS, BRASIL. Revista Brasileira de Cartografia, [S. l.], v. 67, n. 6, 2015. DOI: 10.14393/rbcv67n6-44638. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistabrasileiracartografia/article/view/44638. Acesso em: 5 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Pedro Alves Vieira, Universidade Estadual de Goiás UnU Cidade de Goiás

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1984), Pós graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás (2001), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2002), Doutor em Ciências Ambientais - CIAMB/UFG(2013). Atualmente é professor titular da Universidade Estadual de Goiás, Inspetor chefe do CREA/GO(Conselho Regional de Engenharia/Goiás), Secretário de Meio Ambiente do município da Cidade de Goiás - GO, geólogo - Geólogo e pesquisador da Universidade Federal de Goiás/ UEG - Universidade Estadual de Goiás. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, mineração, geomorfologia fluvial, hidrologia, geologia econômica e vulnerabilidade natural da paisagem

Manuel Eduardo Ferreira, Universidade Federal de Goiás, Instituto de Estudos Sócio-Ambientais, Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG)

Possui graduação em Geografia pela Universidade de Brasília (2000), mestrado em Processamento de Dados em Geologia e Análise Ambiental pela Universidade de Brasília (2003), doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Goiás (2009), com estágio pós-doutorado (2009) no Woods Hole Research Center (Massachusetts, EUA).

Laerte Guimarães Ferreira, Universidade Federal de Goiás, Instituto de Estudos Sócio-Ambientais, Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG)

Graduado em Geologia pela Universidade de Brasília (1990), especialista em sensoriamento remoto pela UNESP / Rio Claro (1990), mestre em Geologia Econômica pela Universidade de Brasília (1993), doutor em Ciência do Solo / Sensoriamento Remoto pela University of Arizona (2001) e cientista visitante junto ao Center for Space Research / University of Texas at Austin (2011).

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