Movimentos sociais e práticas populares de saúde na Paraíba
levantamento de experiências e reconstituição de seus principais marcos históricos (1960-1990)
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2022-66493Palavras-chave:
Movimentos Sociais, Práticas Populares, Educação Popular em Saúde, Participação Social em SaúdeResumo
Os movimentos sociais se constituem de grupos de sujeitos que compartilham um mesmo território, identidades coletivas e se organizam de forma democrática e dialógica. Deles, emergem produções de cuidado em saúde integradas com as realidades locais, e a Paraíba, historicamente, é reconhecida como berço dessas ações, em especial daquelas com orientação teórico-metodológica da Educação Popular em Saúde. Essa pesquisa propôs evidenciar a história desses grupos e seus sujeitos, fazendo o registro de suas experiências. Para tal, recorremos a um estudo de abordagem qualitativa e caráter descritivo, procedido pela realização de 26 entrevistas individuais semiestruturadas com atores sociais, das quais foram extraídos e sistematizados os marcos históricos pessoais e coletivos desses sujeitos para construção de uma linha do tempo. Foi observado que, no período referente à Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), muitas das experiências estavam articuladas por setores da Igreja Católica. Em outros períodos, as articulações foram protagonizadas pelos sindicatos, grupos minoritários, comunidades populares e estudantes, sendo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) o grupo mais expressivo e presente nas trajetórias. Dessa forma, o substrato produzido irá se configurar como acervo para outras pesquisas, bem como será útil na difusão da memória dos grupos e suas contribuições históricas.
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