A multimodalidade como ferramenta de inclusão no jornalismo científico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-10

Palavras-chave:

Multimodalidade, Jornalismo científico, Divulgação científica, Discurso, Poder

Resumo

Este artigo tem por objetivo refletir sobre o modo como a multimodalidade se faz presente no discurso de jornalismo científico. Nos debruçamos sobre matérias da revista Pesquisa FAPESP, publicação jornalística impressa dedicada à divulgação de pesquisas científicas. Uma vez que as páginas de uma revista são compostas por notícias formadas por textos, imagens, gráficos e fotos, utilizamos textos jornalísticos para observar como o fenômeno da multimodalidade ocorre. Neste trabalho, consideramos as relações entre poder e discurso de Gnerre (2009) e Fairclough (2001), além das categorias de análise elaboradas por Kress e van Leeuwen (2006) em Reading images. The grammar of visual design. Nossos resultados apontam para o fato de que, no atual cenário de crise democrática, o jornalismo científico utiliza recursos multimodais para tornar os textos mais inteligíveis, funcionando como ferramenta de inclusão e auxiliando para que o discurso da ciência não seja usado como elemento de poder por aqueles que o produzem nos laboratórios, institutos de pesquisa e universidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana Macieira Barbosa, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Doutoranda em Linguística Aplicada no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

AUTHIER-REVUZ, J. Palavras incertas: as não-coincidências do dizer. Campinas: Unicamp, 1998.

BERTOLLI FILHO, C. Elementos para a prática do jornalismo científico. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/_esp/autor.php?codautor=939. Acesso: em abr. 2018.

BUENO, W. da C. Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e rupturas. Inf. Inf., Londrina, v. 15, n. Esp, p. 1-12, 2010. Doi: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15nesp.p1.

FAIRCLOUGH, N. Language and power. Essex: Pearson Education , 2001.

FERRAZ, J. A. Gêneros multimodais: novos caminhos discursivos. In: Anais do VIII Encontro Nacional de Interação em Linguagem Verbal e Não Verbal. São Paulo: FFLCH-USP, 2008.

FIORAVANTI, C. Corações trocados. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ano 19, n. 266, p. 64-67, abr. 2018.

FOLHA DE S. PAULO. Manual de redação. São Paulo: PubliFolha, 2001.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. Aula inaugural no College de France. Pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Trad. de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 1996.

GNERRE, M. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

HALLIDAY, M. A. K. The language of science. London: Continuum, 2004.

HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. An introduction to functional grammar. London: Hodder Education, 2004.

HALLIDAY, M. A. K.; MARTIN, J. R. Writing science. Literacy and discursive power. London: The Falmer Press, 1996.

HODDGE, R.; KRESS, G. Social semiotics. Cambridge: Polity Press, 1988.

KRESS, G. Gain and losses: new forms of texts, knowledge and learning. Computers and composition, v. 22, p. 5-22, 2005. Doi: https://doi.org/10.1016/j.compcom.2004.12.004.

KRESS, G. Against arbitrariness: the social production of the sigh as a foundational issue in critical discourse analysis. Discourse and society, v. 4, n. 2, p. 169-91, 1993. Doi: https://doi.org/10.1177/0957926593004002003.

KRESS, G. Multimodality. A social semiotic approach to contemporary communication. London: Routledge, 2010. Doi: https://doi.org/10.4324/9780203970034.

KRESS, G. Multimodal discourse analysis. In: GEE, J. P; HANDFORD, M. (Org.). The Routledge handbook of discourse analysis. London: Routledge, 2012. p. 33-50.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. London: Routledge, 2006. Doi: https://doi.org/10.4324/9780203619728.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Colour as a semiotic mode: notes for a grammar of colour. Visual Communication, v. 1, n. 3, p. 343-368, 2002. Doi: https://doi.org/10.1177/147035720200100306

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Multimodal discourse. The modes of contemporary communication. London: Oxford University Press, 2001.

KRESS, G; VAN LEEUWEN, T. Front pages: (The critical) analysis of newspaper layout. In: BELL, A.; GARRETT, P. (Org.) Approaches to media discourse. Hoboken: Blackwell Publishing, 1998. p. 186-219.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communication. London: Arnold, 2001.

OLIVEIRA, F. de. Jornalismo científico. São Paulo: Ed. Contexto, 2002.

OLIVEIRA, M. de. Quanto menor, melhor. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ano 19, n. 266, p. 76-77, abr. 2018.

PESQUISA FAPESP. Edição de agosto de 2018, ano 19, nº 270.

ROJO, R. Textos Multimodais. In: FRADE, I.C.A.S.; COSTA VAL, M.G.; BREGUNCI, M.G.C. (Org.). Glossário Ceale. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/textosmultimodais/; acesso em: jun. 2018.

SOUSA, J. P. Elementos de jornalismo impresso. Florianópolis: Letras contemporâneas – Oficina Editorial, 2005.

TUNES, S. Salto para o desconhecido. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ano 19, n. 266, p. 78-81, abril de 2018.

Downloads

Publicado

2020-06-28

Como Citar

MACIEIRA BARBOSA, L. A multimodalidade como ferramenta de inclusão no jornalismo científico. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. 1, p. 174–196, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36n1-2020-10. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/50764. Acesso em: 22 nov. 2024.