Para além das Vidas Secas, resistência

linguagem-poder

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL31-v11n4a2017-15

Palavras-chave:

Linguagem, Poder, Vidas Secas, Resistência

Resumo

O artigo reflete sobre a linguagem na interação humana como espaço de observação e de relações de sentidos. Assim, foram caracterizados os usos da linguagem-poder, abordando a partir do clássico Vidas Secas aspectos histórico e cultural do nordestino na perspectiva da resistência pelo viés da luta social e os ecos dessa obra literária no contemporâneo, através da releitura por alunos sertanejos do ensino médio. Pelas noções da Análise de Discurso de linha francesa analisou-se duas materialidades desenvolvidas no Projeto Seca, Xote e Baião, fotografia e poesias. Concluiu-se que as estruturas do poder estão na base da linguagem e submetem o indivíduo usuário da língua a regimes que se alternam em prisão e liberdade e que a resistência a seca e suas implicações se dão para além da sobrevivência, como um gesto de subjetivação política, poder maior contra qualquer dominação, bem como que os sentidos produzidos pela paráfrase caracterizaram um acontecimento enunciativo, em que o sujeito-aluno enunciador mobilizou a memória como pré-construído alcançando a produtividade.

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Biografia do Autor

Teodulino Mangueira Rosendo, Universidade do Sul de Santa Catarina

Professor do ensino fundamental e médio no estado da Paraíba. Aluno do doutorado em Ciência da Linguagem em Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Publicado

07.11.2017

Como Citar

ROSENDO, T. M. Para além das Vidas Secas, resistência: linguagem-poder. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 4, p. 1386–1403, 2017. DOI: 10.14393/DL31-v11n4a2017-15. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/38213. Acesso em: 22 jul. 2024.