Para além das Vidas Secas, resistência
linguagem-poder
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL31-v11n4a2017-15Palavras-chave:
Linguagem, Poder, Vidas Secas, ResistênciaResumo
O artigo reflete sobre a linguagem na interação humana como espaço de observação e de relações de sentidos. Assim, foram caracterizados os usos da linguagem-poder, abordando a partir do clássico Vidas Secas aspectos histórico e cultural do nordestino na perspectiva da resistência pelo viés da luta social e os ecos dessa obra literária no contemporâneo, através da releitura por alunos sertanejos do ensino médio. Pelas noções da Análise de Discurso de linha francesa analisou-se duas materialidades desenvolvidas no Projeto Seca, Xote e Baião, fotografia e poesias. Concluiu-se que as estruturas do poder estão na base da linguagem e submetem o indivíduo usuário da língua a regimes que se alternam em prisão e liberdade e que a resistência a seca e suas implicações se dão para além da sobrevivência, como um gesto de subjetivação política, poder maior contra qualquer dominação, bem como que os sentidos produzidos pela paráfrase caracterizaram um acontecimento enunciativo, em que o sujeito-aluno enunciador mobilizou a memória como pré-construído alcançando a produtividade.Downloads
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