Processos metonímicos e interpretação
uma leitura em Olhar, de Rubem Fonseca
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL30-v11n3a2017-24Palavras-chave:
Linguística Cognitiva, Literatura, Processos metonímicos, Rubem Fonseca.Resumo
Como matéria do pensamento e veículo de comunicação, a linguagem nos traz conceitos que, conforme Lakoff e Johnson (1980) apontam, estruturam a forma como percebemos, como transitamos no mundo, na realidade que nos cerca, e como nos relacionamos com o outro. Portanto, ao estabelecer um diálogo entre Linguística e Literatura, este artigo tem o objetivo de fazer uma análise acerca dos processos metonímicos presentes no conto, Olhar, de Rubem Fonseca, interpretando e realizando leituras possíveis. O trabalho partiu dos estudos de Feltes (2007), Silva (1997) e Martelotta e Palomanes (2008) referentes à Linguística Cognitiva, dando enfoque à metonímia com Lakoff e Johnson (1980) e Radden e Kövecses (1999). Como resultado, constatou-se que a forma como pensamos, as nossas experiências e vivências diárias são questões intimamente ligadas não só à metáfora, mas, especialmente, à metonímia, por se caracterizar como um processo primário que nos permite definir um elemento por sua relação com outro. Assim, visto como mais do que um simples recurso poético ou retórico, a metonímia ultrapassa a questão de linguagem para se situar no social, tornando-se um dos meios pelos quais interagimos com o outro, como percebemos o mundo e, o mais importante, o significamos.Downloads
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