Parkatêjê língua de herança

ma reflexão no contexto da Educação Escolar Indígena

Autores

  • Maria de Nazaré Moraes da Silva Universidade Federal do Pará
  • Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL30-v11n3a2017-1

Palavras-chave:

Língua de Herança, Ensino/aprendizagem do Parkatêjê, Educação Escolar Indígena

Resumo

A Constituição Brasileira de 1988 promoveu os direitos dos povos indígenas, entre os quais, o ensino formal bilíngue, intercultural, específico e diferenciado. Nesse contexto, as ações em favor da preservação de línguas indígenas visam inseri-las como Primeira Língua ou como Primeira e Segunda Língua em ambientes pedagógicos. O presente artigo defende que essas línguas devam ser interpretadas como Língua de Herança na escola indígena. Apresenta-se uma discussão sobre o histórico da implantação da escola indígena na aldeia Parkatêjê, consubstanciada em alguns apontamentos sobre Língua de Herança que podem contribuir com o ensino/aprendizagem formal do Parkatêjê assentado no respeito ao lugar dos falantes dessa língua, na inter-relação entre língua, cultura, identidade. Em termos metodológicos, este artigo configura-se como uma pesquisa bibliográfica qualitativa.

Downloads

Biografia do Autor

  • Maria de Nazaré Moraes da Silva, Universidade Federal do Pará
    Doutoranda em Linguística vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará. Mestre em Linguística pela
    mesma Universidade.

  • Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira, Universidade Federal do Pará
    Professora Associada III vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Letras e à Faculdade de Letras da Universidade Federal do Pará.

Referências

ARAÚJO, L. M. S. de. Parkatêjê x Português: caminhos de resistência. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA "BRAZILIAN STUDIES ASSOCIATION", 9., 2008. Tulane University em New Orleans. Anais... Tulane, 1-8. Disponível em: http://www.brasa.org. Acesso em 10 de setembro 2012.

BARBOSA, P.; FLORES, C. Clíticos no português de herança de emigrantes bilíngues de segunda geração. In: XXVI ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE LINGUÍSTICA. Textos selecionados, Lisboa: APL, 2011. p. 81-98. Disponível em: http://www.apl.org.pt/docs/26-textos-seleccionados/Barbosa_Flores.pdf. Acesso em 20 de novembro 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC/SEF, 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar. Em Aberto, Brasília, ano 14, n. 63, jul./set., 1994.

BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Brasília, 1973.

CAVALCANTI, M. Estudos sobre educação bilíngue e escolarização em contextos de minorias linguísticas no Brasil. DELTA, São Paulo, v. 15, p. 385-417, 1999. Número especial. https://doi.org/10.1590/s0102-44501999000300015

CUMMINS, J. A proposal for action: strategies for recognizing heritage language competence as a learning resource within the mainstream classroom. Modern Language Journal, v. 89, n. 4 (Winter), p. 585-92, 2005.

D’ANGELIS, W. R. Línguas indígenas no Brasil: urgência de ações para que sobrevivam. In: BOMFIM, A. B.; COSTA, F. V. F. da (Org.). Revitalização de língua indígena e educação escolar indígena inclusiva. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia, 2014, p. 93-118.

FERGUSON, C A. Diglossia. Word, vol. 15, 1959, p. 232-251. Disponível em: http://www.mapageweb.umontreal.ca/tuitekj/cours/2611pdf/Ferguson-Diglossia.pdf. Acesso em 23 de dezembro de 2016.

FERRAZ, I. Lições da escola parkatêjê. In: SILVA, A. L. da; FERREIRA, M. K. L. (Org.). Antropologia, história e educação: a questão indígena e a escola. 2. ed. São Paulo: Global, 2001, p. 275-299.

FISHMAN, J. A. 300-plus. years of heritage language education in the United States. In: PEYTON, J. K.; RANARD, D. A.; McGINNIS, S. (Ed.), Heritage, languages in America: preserving a national resource. Washington DC: Center for Applied Linguistics/Delta Systems, 2001, p. 81-97.

FLORES, C.; MELO-PFEIFER, S. O conceito ‘Língua de Herança’ na perspectiva da Linguística e da Didática de Línguas: considerações pluridisciplinares em torno do perfil linguístico das crianças lusodescendentes na Alemanha. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 8, n. 3, p. 16-45, jul./dez., 2014.

MAHER, T. M. A formação de professores indígenas: uma discussão introdutória. In: GRUPIONI, L. D. B. (Org.). Formação de professores indígenas: repensando trajetórias. Brasília: MEC, 2006, p. 11-38.

MONSERRAT, R. M. F. Política e planejamento linguístico nas sociedades indígenas do Brasil hoje: o espaço e o futuro das línguas indígenas. In: GRUPIONI, L. D. B. (Org.). Formação de professores indígenas: repensando trajetórias. Brasília: MEC, 2006, p. 131-154.

MONTRUL, S. Introduction: Spanish heritage speakers: bridging formal linguistics, psycholinguistics and pedagogy. Heritage Language Journal, v. 8, n. 1, Spring, i-vi, 2010. https://doi.org/10.1016/b978-2-294-70469-7.00029-0

MORONI, A.; GOMES, J. A. O português como língua de herança hoje e o trabalho da Associação de pais de brasileirinhos da Catalunha. Revista de Estudios Brasileños..., España, v. 2, n. 2, p. 21-35, jul./dez., 2015.

POLINSKY, M. Heritage languages natives. In: BRINTON, D. M.; KAGAN, O.; BAUCKUS, S. (Ed.). Heritage language education: a new field emerging. New York: Routledge, 2008, 149-169.

SILVA, M. de N. M. da. A tradição oral no ensino de línguas indígenas: uma proposta para o povo Parkatêjê. Belém: GAPTA/UFPA, 2014, 203p.

SILVA-CORVALÁN, C. Langue contact and change: Spanish in Los Angeles. Clarendon Press: Oxford, 1994. 255 p.

SIMAS, H. C. P.; PEREIRA, R. C. M. Desafios da educação escolar indígena. Revista Escrita, Rio de Janeiro, n. 11, p. 1-13, 2010. Disponível em http://www.maxwell.vrac.puc-rio. Acesso em 28 de setembro 2011.

SOARES, S. M. de C. C. D. Português língua de herança: da teoria à prática. 2012. 210f. Dissertação (Mestrado em Português Língua Segunda/Língua Estrangeira). Faculdade de Letras, Universidade do Porto, 2012. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/66481/2/71122.pdf. Acesso em 28 de novembro 2016.

VALDÉS, G. Heritage languages students: profiles and possibilities. In: PEYTON, J. K.; RANARD, D. A.; McGINNIS, S. (Ed.) Heritage Languages in America: preserving a national resource. Washington, DC: Center for Applied Linguistics/Delta systems, 2001, p. 37-77.

______. Bilingualism, heritage language learners, and SLA research: opportunities lost or seized? The modern language journal, v. 89, n. 3, p. 410-426, Autumn, 2005. Special Issue: Methodology, Epistemology, and Ethics in Instructed SLA Research. https://doi.org/10.1111/j.1540-4781.2005.00314.x

VAN DEUSEN-SCHOLL, N. Towards a definition of heritage language: sociopolitical and pedagogical considerations. Journal of Language, Identity, and Education, v. 2, n. 3, p. 211-230, 2003. https://doi.org/10.1207/S15327701JLIE0203_4

Downloads

Publicado

05.06.2017

Como Citar

DA SILVA, Maria de Nazaré Moraes; FERREIRA, Marília de Nazaré de Oliveira. Parkatêjê língua de herança: ma reflexão no contexto da Educação Escolar Indígena. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 3, p. 455–467, 2017. DOI: 10.14393/DL30-v11n3a2017-1. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/36910. Acesso em: 17 mar. 2025.