Composição e Derivação

polos prototípicos de um continuum? Pequeno estudo de casos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL10-v5n2a2011-5

Palavras-chave:

Composição, Derivação, Continuum, Formas clássicas

Resumo

Constitui objetivo deste trabalho repensar as diferenças entre composição e derivação, de modo a fornecer evidências do português brasileiro em favor da proposta de Kastovsky (2009). Para o autor, esses processos de formação de palavras constituem os extremos prototípicos de um continuum, havendo, em decorrência, casos limítrofes com propriedades duas operações morfológicas. A mudança de estatuto morfológico também é avaliada no artigo, pois Bauer (2005) a considera uma das principais evidências da flexibilização das fronteiras entre composição e derivação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Carlos Alexandre Victorio Gonçalves, UFRJ

Professor Associado II da Universidade Federal do Rio de Janeiro / Pesquisador do CNPq.

Referências

ALMEIDA, M. L. L. & GONÇALVES, C. A. Cruzamento vocabular no português brasileiro: aspectos morfo-fonologicos e semântico-cognitivos. Revista Portuguesa de Humanidades, Braga (Portugal), v. 8, n. 1, p. 151-170, 2004.

ALVES, I. M. Aspectos da composição nominal em português. ALFA – Revista de Linguística, 20 (1): 7-15, 1987.

ANDERSON, S. A-morphous Morphology. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

ANDRADE, K. E. Uma análise otimalista unificada para mesclas lexicais do português do Brasil. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.

AULETE, C. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa – digital. São Paulo: Lexikon, 2009.

BASILIO, M. Abordagem gerativa e abordagem cognitiva na formação de palavras: considerações preliminares. Linguística (Rio de Janeiro), v. 6, p. 11-26, 2010.

BASILIO, M. A fusão vocabular como processo de formação de palavras. Anais do IV Congresso Internacional da ABRALIN. Niterói: UFF, 2005.

BASILIO, M. O princípio da analogia na constituição do léxico: regras são clichês lexicais. Veredas (UFJF), Juiz de Fora, v. 1, p. 9-21, 1997.

BAUER, L. The Borderline between Derivation and Compounding. In: DRESSLER, W. et al. (eds.). Morphology and its Demarcations. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005, pp. 97-108.

BELCHOR, A. P. V. O processo de recomposição no português do Brasil a partir de “auto” e “moto”. In: III Seminário do NEMP: resumos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010, p. 8.

BELCHOR, A. P. V. Construções de truncamento no português do Brasil: análise estrutural à luz da Teoria da Otimalidade. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.

BOOIJ, G. Construction morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010.

BOOIJ, G. Construction morphology and the lexicon. In: MONTERMINI, F.; BOYÉ, G.; HARBOUT. N. (eds.). Selected proceedings of the 5th Décembrettes. Morphology in Toulouse. Somerville MA.: Cascadilla Press, 2007, pp. 34-44.

BOOIJ, G. Compounding and Derivation. Evidence for Construction Morphology. In: DRESSLER, W. et al. (eds.). Morphology and its Demarcations. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005, pp. 109-131.

BOOIJ, G. & RUBACH, J. Morphological and prosodic domains in Lexical Phonology. Phonology Yearbook 1, 1- 27, 1984.

BUENO, F. da S. Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa. São Paulo: Lisa, 1988.

BYBEE, J. Morphology: a study of the relation between meaning and form. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.

CAMPOS, J. L. Formação de palavras derivadas da língua portuguesa. In: RLP, ano XVI, no 68, 1935, pp. 1-20.

CHAVES DE MELO, G. Iniciação à filologia e à lingüística portuguesa. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1981.

COROMINAS, J. Dicionário crítico etimológico. Madrid: Editorial Gredos, 1987.

CORREIA, M. & LEMOS, L. S. P. Inovação lexical em português. Lisboa: Colibri, 2005.

COUTINHO, I. L. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1968.

CROFT, W. Radical construction grammar. Oxford: Oxford University Press, 2000.

CUNHA, C. F. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1975.

CUNHA, C. F. & CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

CUNHA. A. G. da. Dicionário etimológico Nova Fronteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

DUARTE, P. M. Contribuição para o estudo do pseudoprefixo em português. D.E.L.T.A., Vol. 15, Nº 2, 1999, pp. 343-353.

DUARTE, P. M. Fronteiras lexicais: sugestão para uma delimitação dos prefixóides em português. Revista Philologus, Ano 14, N° 42. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez., 2008, p. 101-117.

FABB, N. Compounding. In: Andrew Spencer & Arnold Zwicky (eds.). The Handbook of Morphology. Oxford: Blackwell, 1998, pp. 66-83.

FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

FERREIRA, R. G. Uma abordagem morfossemântica das formações tele-x no português brasileiro. In: VI JEL: programação e resumos. Rio de Janeiro: UERJ, 2010, p. 2.

FURTADO, L. R. Análise semântico-cognitiva das substituições sublexicais em português. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

GÓES, C. Dicionário de raízes e cognatos da língua portuguesa. Rio de Janeiro: P. de Azevedo, 1945.

GÓES, C. Dicionário de afixos e desinências. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1937.

GOLDBERG, A. Constructions: a construction grammar approach to argument structure. Chicago; London: The University of Chicago Press, 1995.

GONÇALVES, C. A. V. Iniciação aos estudos morfológicos: flexão e derivação em português. São Paulo: Contexto, 2011.

GONÇALVES, C. A. V. Construções truncadas no português do Brasil: das abordagens tradicionais à análise por ranking de restrições. In: COLLISCHONN, G. & BATTISTI, E. (Org.). Língua e linguagem: perspectivas de investigação. Porto Alegre: EDUCAT, 2011, pp. 293-327.

GONÇALVES, C. A. V. Retrospectiva dos estudos em Morfologia Prosódica: das circunscrições e regras à abordagem por ranking de restrições. Alfa (ILCSE/UNESP), v. 53, p. 195-221, 2009.

GONÇALVES, C. A. V. Flexão e Derivação em português. Rio de Janeiro:UFRJ, 2005.

GONÇALVES, C. A. V. Processos morfológicos não-concatenativos: formato prosódico e latitude funcional. Alfa (ILCSE/UNESP), Araraquara, v. 48, n. 2, p. 30-66, 2004.

GONÇALVES, C. A. V. Flexão e Derivação como categorias discretas: propostas e problemas. Cadernos Seminal. São Gonçalves, 1, 1999, pp. 21-49.

GONÇALVES, C. A. V.; ANDRADE, K. E.; ALMEIDA, M L. L. Se a macumba é para o bem, então é boacumba: análise morfoprosódica e semântico-cognitiva da substituição sublexical em português. Linguística (Rio de Janeiro), v. 6, p. 64-82, 2010.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, 2001.

HECKLER, E. et al. Dicionário morfológico da língua portuguesa. Porto Alegre: UNISINOS, 1981.

IORGU, I. & MANOLIU, M. Manual de lingüística românica. Madrid: Gredos, 1980.

JOSEPH, B. Diachronic Morphology. In: Andrew Spencer & Arnold Zwick (eds.). The handbook of morphology. London: Basil Blackwell, 1998.

KATAMBA, F. Morphology. New York: Saint Martin Press, 1990.

KASTOVSKY, D. Astronaut, astrology, astrophysics: About Combining Forms, Classical Compounds and affixoids. In: R. W. McConchie et al. (eds.). Selected Proceedings of the 2008 Symposium on New Approaches in English Historical Lexis (HEL-LEX 2). Somerville, MA: Cascadilla Proceedings Project, 2009, pp. 1-13.

KEMMER, S. Schemas and Lexical Blends. In: Cuickens, H. et al. (eds). Motivation in Language. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2003, pp. 234-249.

KIPARSKY, P. Lexical Morphology and phonology. In: I.S. Yang (ed.) Linguistics in the Morning Calm, 3 – 91. Seoul: Hanshin, 1982.

LANGACKER, R. Foundations of cognitive grammar: Theoretical Prerequisites. Stanford: University Press, 1987.

LEHMAMM, C. Grammaticalization and Related Changes in Contemporary German. In: TRAUGOTT, E. & HEINE, B. (eds.). Approaches to Grammaticalization. Amsterdam / Filadélfia: John Benjamins Publishing Company, 1991, pp.493-535.

LEHMANN, C. Thought on grammaticalization. Munich: Linom Europa, 1982.

LUFT, C. P. Moderna gramática brasileira. Porto alegre: Globo, 1978.

MACHADO, J. P. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Lisboa: Conferência Editorial, 1967.

MARCHAND, H. The Categories and Types of Present-day English Word-formation. München: Beck, 1969.

McCARTHY, J. & PRINCE, A. Prosodic Morphology I – Constraint Interaction and Satisfaction. Amherst and Rutgers: University of Massachusetts, 1993.

MARINHO, M. A. Questões acerca das formações X-eiro do português do Brasil. Dissertação (Mestrado em Letras (Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

MARINHO, M. A. Do latim ao português: percurso histórico dos sufixos -DOR e -NTE. 2009. Tese (Doutorado em Letras Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.

MARTINET, A. Grammaire Fonctionelle du Français. Paris: Didier, 1979.

MICHAËLLIS, C. Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2007.

NASCENTES, A. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1955.

NAUMANN, B. & VOGEL, I. Derivation. In: BOOIJ, G., LEHMANN, C. & MUGDAN, J. (eds.). Morphology. Berlin: de Gruyter, 2000, pp. 929-942.

PETROPOULOU, E. On the parallel between neoclassical compounds in English and Modern Greek. In: Patras Working Papers in Linguistics, Atenas, vol.1, 2009, p. 40-58.

PIÑEROS, C. E. Word-blending as a case of non-concatenative morphology in spanish. Rutgers: Rutgers University, 2000.

PIZA, M. T. O continuum Flexão-Derivação em português e as categorias gênero, número e grau. 2001. Dissertação (Mestrado em Letras (Vernáculas). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001.

RALLI, A. Greek Deverbal Compounds with Bound Stems. Journal of Southern Linguistics 29 (1/2): 150-173, 2008.

RODRIGUES LAPA, M. Estilística da Língua Portuguesa. Lisboa: Seara, 1971.

RONDININI, R. B. Formações X-ólogo e X-ógrafo no português: uma abordagem derivacional. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro/Faculdade de Letras, 2004.

RONDININI, R. B. & GONÇALVES, C. A. V. Formações X-logo e X-grafo: um caso de deslocamento da composição para a derivação? In: Textos selecionados do XXII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística (APL). Coimbra/Lisboa: Colibri, v. 22, p. 533-546, 2006.

SAID ALI, M.. Gramática histórica da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1966.

SANDMANN, A. J. Morfologia lexical. São Paulo: Contexto, 1989.

SANDMANN. A. J. Formação de palavras no português brasileiro contemporâneo. Curitiba: Scientia & Labor, 1985.

SCALISE, S. Generative Morphology. Foris: Dordrecht, 1984.

SCHMIDT, G. D. Das Affixoid: Zur Notwendigkeit und Brauchbarkeit eines beliebten Zwischenbegriffs der Wortbildung. In: H. Gabriele (ed.). Deutsche Lehnwortbildung. Tubingen: Narr, 1987, 53-101.

SINGH, R. Trubetzkoy’s Orphan. Amsterdam: Springer, 1997.

ten HACKEN, P. Derivation and Compounding. In: G. Booij, C. Lehmann & J. Mugdan (eds.). Morphologie - Morphology : Ein Handbuch zur Flexion und Wortbildung - A Handbook on Inflection and WordFormation. Berlin: Walter de Gruyter, 2000, pp. 349-360.

WARREN, B. The importance of combining forms. In: Dressler, Wolfgang U., Hans C. Luschützky Oskar E. Pfeiffer & John R. Rennison (eds.). Contemporary morphology. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, 1990, pp. 111–132.

Downloads

Publicado

21.11.2011

Como Citar

GONÇALVES, C. A. V. Composição e Derivação: polos prototípicos de um continuum? Pequeno estudo de casos. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 5, n. 2, p. 63–90, 2011. DOI: 10.14393/DL10-v5n2a2011-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/13644. Acesso em: 26 jul. 2024.