Ideologia de fronteira e modo de vida quilombola na Amazônia paraense

Autores

  • Carlos Alberto de Souza Mascarenhas Universidade Federal do Pará - UFPA
  • Carla Joelma de Oliveira Lopes Universidade Federal do Pará - UFPA
  • João Santos Nahum Universidade Federal do Pará - UFPA

DOI:

https://doi.org/10.14393/RCT174418

Resumo

Na formação espacial da Amazônia a divulgação da chegada de um grande projeto, legitimado por meio de plano, programa ou política governamental, afeta a dinâmica espacial do lugar onde se pretende assentá-lo. Tendo por base essa premissa, enfocamos de que modo a construção o trecho da Ferrovia Norte-Sul que vai de Açailândia (MA) até Barcarena (PA) lançado pelo governo federal, a partir do Programa de Investimento em Logística (PIL) impacta os lugares de seu trajeto. Tomando como foco comunidades quilombolas, interpretamos a chegada da ferrovia tal como “ideologia de fronteira” que ameaça o modo de vida no quilombo de África e Laranjituba, cujo território abrange área nos municípios de Abaetetuba e Moju. Para tanto realizou-se entrevistas com moradores das comunidades quilombolas e oficina para elaboração de cartografia social no sentido de representar os riscos que a efetivação da ferrovia traz ao lugar, além de revisão de literatura sobre o tema. O artigo tem três partes, além da introdução e conclusão. Na primeira apresenta-se a “ideologia de fronteira” agromineral contida nos planos e programas governamentais. Na segunda, expõe-se o modo de vida quilombola das comunidades por meio do uso da cartografia social para mostrar a importância do arranjo e da dinâmica espacial como expressões dos seus saberes e fazeres e como isso está ameaçado pela chegada da ferrovia. Na terceira, preocupamos em mostrar como essa ideologia ameaça os modos de vidas das comunidades quilombolas de África e Laranjituba e pressiona o lugar a modificar e alargar suas relações com o mundo.

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Biografia do Autor

Carlos Alberto de Souza Mascarenhas, Universidade Federal do Pará - UFPA

Mestre em Geografia. Discente do PPGEO/UFPA.

Carla Joelma de Oliveira Lopes, Universidade Federal do Pará - UFPA

Possui Graduação em Geografia, História e Psicologia, todos cursados na Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestra em Geografia pelo Programa de Pós-graduação em Geografia PPGEO/UFPA. Integra o Grupo de pesquisas Dinâmicas Territoriais do Espaço Agrário na Amazônia - GDEA/UFPA. Atualmente é doutoranda pelo PPGEO/UFPA e é professora da rede Estadual de Educação do Estado do Pará.

João Santos Nahum, Universidade Federal do Pará - UFPA

Doutor em Geografia pela UNESP-RC, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia (FGC) e do PPGEO da UFPA.

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Publicado

04-07-2022

Como Citar

MASCARENHAS, C. A. de S.; LOPES, C. J. de O.; NAHUM, J. S. Ideologia de fronteira e modo de vida quilombola na Amazônia paraense. Revista Campo-Território, Uberlândia, v. 17, n. 44 Abr., p. 389–413, 2022. DOI: 10.14393/RCT174418. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/64003. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos