Questão agrária e luta pela terra e pela reforma agrária no estado de Goiás no contexto das transformações territoriais
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153512Resumo
Este artigo analisa a questão agrária e os processos de luta pela terra e pela reforma agrária no estado de Goiás, no contexto da ocupação e das transformações territoriais. Analisam-se as fases do processo de ocupação, a formação do território goiano e a invasão e tomada dos territórios indígenas, visando a formação dos latifúndios e o fortalecimento do poder dos coronéis e “senhores da terra”. A partir da decadência da exploração do ouro, principal atividade econômica da época colonial, formaram-se grandes fazendas para a criação de gado e produção da agricultura de subsistência. Nesse contexto, a grilagem de terras devolutas, a expropriação e a exclusão dos trabalhadores e indígenas se tornaram práticas recorrentes por parte dos fazendeiros para expansão de seus domínios. Essas poucas famílias de donos da terra acabaram por se constituir em nova classe de coronéis no campo, que, articuladas a instâncias do poder federal passaram a exercer o controle político das instituições estaduais. Restou à população que vive do trabalho organizar movimentos camponeses e lutar contra os abusos praticados pela classe dominante e pelo acesso à terra como alternativa de sobrevivência e permanência no campo. Importantes lutas foram e continuam sendo realizadas para mudar essa realidade.