Oublie-le

Autores

  • Higor Lima da Silva Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.14393/AM-v18n2-2021-61358

Palavras-chave:

Budismo, Mar, Amar, Cão, Sonoridade

Resumo

O presente soneto apresenta uma relação enigmática entre o mar e o cão. Conseguintemente, ele brinca com a sonoridade: "Há mar" é escutado como "Amar", e, em francês " la mer " é escutado como " la mére ". Nesta brincadeira há amargura para ser esquecida (assim o motivo do título: Oublie-le/Esqueça-o), e uma amargura mãe de todos, já que pessoas com sensibilidade desejam uma amizade plena. Em paralelo, o texto interpela tanto o ditado budista chinês "O mar de amarguras não tem limites: vire a cabeça para ver a costa" quanto o verso 922 de Nissen Shounin: "O canto de travessia/ no mar de sofrimentos/ é tão somente a voz/ do Myouhourenguekyou." Portanto, é trabalhado aqui a construção do mar em um aspecto simbólico (mar de benquerer, mar-animal, mar-criatura, mar de angústia); tendo o cão que olhava para fora da costa, o mar que olhava para a costa, entretanto, não chegando a tocar o cão, apenas a vibração do latido toca sua ressaca, e, latido que poderia também estar pedindo por um amigo? No fim, o cão é apenas amigo e leal ao homem, de ninguém mais; ficando o mar a fazer seu som de lamento sem parar: "uá uá"; junto com um afecto de desamparo (angústia) da parte do narrador, que vê e não entende o motivo da vida ser assim.

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Biografia do Autor

Higor Lima da Silva, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Licenciando em Letras Português-Francês, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pelo apoio da Center For Language Education and Cooperation (CLEC), conseguiu experiência internacional pela Hebei Foreign Studies University (HFSU), Hebei Normal University (HEBNU), Hubei University (HUBU), Southeast University (SEU), Shanxi University of Finance and Economics (SXUFE), Sun Yat-sen University (SYSU) e University of International Business and Economics (UIBE). Concomitantemente, em sua formação, preocupa-se com a participação da família na escola, com o ensino nas perspectivas dos multiletramentos (estudo dos recursos multimodais e da multiculturalidade linguística), com a aquisição de línguas estrangeiras, com a educação profilática e educação inclusiva para jovens e adultos. No mais, tem interesse em gestão educacional, em administração pública e em pesquisa literária com foco nos diálogos entre a lusofonia e as culturas "orientais". (Texto informado pelo autor: CVLattes)

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Publicado

02.11.2021

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