A visibilidade de Carolina Maria de Jesus no discurso midiático

Autores

  • Camilla Machado Cruz Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.14393/AM-v17n1-2020-56342

Resumo

Neste artigo, busco refletir sobre o discurso das mídias acerca das posições-sujeito da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus (1914-1977). Considero que o sujeito integra uma posição no espaço social e produz um discurso definido por um lugar social e por um tempo histórico, que se situará em relação aos discursos do outro. Proponho uma reflexão sobre os desdobramentos do discurso midiático impresso com o objetivo de observar e analisar como o sujeito Carolina Maria de Jesus assume diversas posições na mídia impressa em dois momentos históricos e sociais anteriores e posteriores à sua morte, de acordo com as condições de produção de tais épocas e com as diferentes posições-sujeito referidas à escritora. A abordagem teórica deste estudo está vinculada à Análise de Discurso de linha francesa, com base nos estudos dos seguintes analistas do discurso: Pêcheux (1988, 1990, 1997, 1999), Orlandi (2005, 2009), Charaudeau (2006) e Medeiros (2013). O corpus destas análises se compõe de recortes dos arquivos do jornal O Globo sobre esta autora brasileira dos anos sessenta, setenta e noventa. Portanto, mobilizo as possíveis posições-sujeito assumidas pela escritora Carolina Maria de Jesus, conforme as condições de produção daquele período, ao observar a alternância do olhar da mídia impressa, atualmente disponível em formato digital, sobre este sujeito a partir da formação ideológica do jornal O Globo. Entendo que estas posições-sujeito, com o tempo, circularam e construíram uma memória coletiva por meio dos discursos midiáticos que as veicularam na sociedade brasileira durante as últimas décadas.

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Publicado

27.07.2020

Edição

Seção

Estudos