Por uma leitura flutuante

a leitura interpretativa de textos automáticos

Autores

  • Ninna de Moura Abreu Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.14393/AM-v18n1-2021-58825

Palavras-chave:

Automatismo, Surrealismo, Psicanálise, Leitura, Atenção flutuante

Resumo

O presente artigo pretende discorrer sobre as possibilidades de leitura de um texto literário automático, tendo como objeto de análise uma coletânea de textos automáticos de André Breton. Nesse sentido, analisa-se a viabilidade de se utilizar da técnica da atenção flutuante de Sigmund Freud para a leitura do objeto em questão. Intenciona-se, também, estabelecer uma relação entre a leitura de textos automáticos e o ensino de interpretação textual. Para tanto, o artigo compara os métodos surrealista e psicanalítico, para entender a posição do sujeito-leitor à frente de um texto automático. Não há pretensão de entender um texto surrealista como em compreender sua razão ou seu conteúdo. O sentido, em verdade, é o de expandir as possibilidades focais do leitor, para que esse encontre, no texto lido, suas próprias interpretações, ainda que múltiplas. Assim, a partir do exposto, percebe-se que, além de a experiência da leitura do texto automático depender do sujeito que lê, um mesmo leitor, a depender de como lê o texto, terá sempre uma experiência nova, visto serem as próprias possibilidades de leitura tão múltiplas e particulares.

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Publicado

25.04.2021

Edição

Seção

Estudos