Coletividades interseccionais e justiça integradora: interpretando a relação entre justiça social e interseccionalidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v37n80a2017-66530

Palavras-chave:

Interseccionalidade, Justiça Social, Interpretação

Resumo

Resumo: O artigo discute a conexão entre a interseccionalidade e a justiça social nas pesquisas educacionais. Parte da apresentação da interseccionalidade como lente analítica multifocal para interpretação social, passa por sua articulação ao pensamento bidimensional de justiça social, como alternativa frente às perspectivas investigativas unidimensionais, para discutir acerca das coletividades interseccionais e de uma justiça integradora. É um estudo hermenêutico de trabalhos de Nancy Fraser e de intelectuais da interseccionalidade – como, Patrícia Hill Collins, Sirma Bilge, Ângela Davis, Kimberlé Crenshaw, Lélia González e Heleieth Saffioti. Conclui que investigações educacionais para a justiça social precisam estar vinculadas aos estudos interseccionais e, a interseccionalidade ao seu compromisso com a justiça social.

Palavras-chave: Interseccionalidade; Justiça Social; Interpretação

Intersectional collectivities and integrative justice: interpreting the relationship between social justice and intersectionality

Abstract: The article discusses the connection between intersectionality and social justice in educational research. It begins with the presentation of intersectionality as a multifocal analytical lens for social interpretation, and goes through its articulation to two-dimensional social justice thinking, as an alternative to one-dimensional investigative perspectives, to discuss intersectional collectivities and integrative justice. It is a hermeneutic study of works by Nancy Fraser and intersectionality intellectuals - such as, Patricia Hill Collins, Sirma Bilge, Angela Davis, Kimberlé Crenshaw, Lélia González, and Heleieth Saffioti. It concludes that educational research for social justice needs to be linked to intersectional studies and, intersectionality to its commitment to social justice.

Keywords: Intersectionality; Social Justice; Interpretation

Colectividades interseccionales y justicia integradora: interpretando la relación entre justicia social e interseccionalidade

Resumen: El artículo analiza la conexión entre la interseccionalidad y la justicia social en la investigación educativa. Comienza presentando la interseccionalidad como una lente analítica multifocal para la interpretación social, y pasa a discutir su articulación con el pensamiento bidimensional de la justicia social como alternativa a las perspectivas de investigación unidimensionales, para discutir las colectividades interseccionales y la justicia integradora. Se trata de un estudio hermenéutico de las obras de Nancy Fraser y de intelectuales interseccionales como Patricia Hill Collins, Sirma Bilge, Angela Davis, Kimberlé Crenshaw, Lélia González y Heleieth Saffioti. Concluye que la investigación educativa para la justicia social debe estar vinculada a los estudios interseccionales, y la interseccionalidad a su compromiso con la justicia social.

Palabras clave: Interseccionalidad; Justicia Social; Interpretación

Data de registro: 02/08/2022

Data de aceite: 26/04/2023

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aldenora Conceição Macedo, Universidade de Brasília (UnB)

Doutoranda em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Professora de educação básica no Governo do Distrito Federal. E-mail: aldenora.acm@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2346184860773342. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0311-3647.

Catia Piccolo Viero Devechi, Universidade de Brasília (UnB)

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB). E-mail: catiaviero@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6590940954598232. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5147-1609.

Referências

BILGE, Sirma. Interseccionalidade como ferramenta na busca pela justiça social. [Entrevista concedida a Bianca Pyl]. Le Monde – Diplomatique BRASIL. Intervenção. Edição 166 – Mundo. 3 de maio de 2021. https://diplomatique.org.br/interseccionalidade-como-ferramenta-na-busca-pela-justica-social/

COLLINS, Patricia Hill.; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução: Rane Souza. 1. Ed. – São Paulo: Boitempo, 2021.

COLLINS, Praticia Hill. Pensamento Feminista Negro: Conhecimento, Consciência e a Política do Empoderamento. Tradução: Jamille Pinheiro Dias. 1. Ed. – São Paulo: Boitempo, 2019.

COMBAHEE RIVER COLLECTIVE (The). Manifesto do Coletivo Combahee River. The Combahee River Collective Statement, 1977. Coletivo Combahee River. Traduzido por Stefania Pereirab e Letícia Simões Gomes. In. Plural: Revista do Programa de Pós-graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v.26.1, 2019. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2019.159864

COOPER, Anna. A voice from the South by a Black Woman of the South. New York (org. Xenia, Ohio: Aldine Press, 1892): Schomburg Library, 1985.

CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum: Vol. 1989, Artigo 8. EUA, 1989. http://chicagounbound.uchicago.edu/uclf/vol1989/iss1/8

CRENSHAW, Kimberle. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Revista Estudos Feministas. Ano 10 (1). Florianópolis, 2002. https://www.scielo.br/j/ref/a/mbTpP4SFXPnJZ397j8fSBQQ/?format=pdf&lang=pt. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011.

CRENSHAW, Kimberle. “She coined the term 'intersectionality' over 30 years ago. Here is what it means for her today”. [Entrevista concedida a Katy Steinmetz]. Inequality. Us – Inequality. Time. 20 de fevereiro de 2020. https://time.com/5786710/kimberle-crenshaw-intersectionality/

DAVIS, Angela. Mulher, Raça e Classe. 1ª publicação na Grã-bretanha pela The Women’s Press, Ltda, em 1982. Plataforma Gueto (Tradução Livre), 2013.

FRASER, Nancy. A justiça social na globalização: redistribuição, reconhecimento e participação. Revista crítica de ciências sociais, 2002. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.1250.

FRASER, Nancy. Da redistribuição ao reconhecimento? Tradução Júlio Assis Simões. Cadernos de campo. São Paulo, n. 14/15, p. 1-382, 2006. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p9-12.

FRASER, Nancy. Escalas de justicia. Traducción de Antoni Marinez Riu. Barcelona: Herder Editorial, 2008.

FRASER, Nancy. Heterossexismo, falso reconhecimento e capitalismo: Uma resposta a Judith Butler. (York: Routledge, 1997). Ideias., Campinas, SP, v.8, n.1, jan/jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.20396/ideias.v8i1.8650019.

FRASER, Nancy. Penser la justice sociale: entre redistribution et revendications identitaires. Politique et Sociétés, vol. 17, n° 3, 1998. DOI: https://doi.org/10.7202/040127ar

FRASER, Nancy. Reenquadrando a justiça em um mundo globalizado. Tradução de Ana Carolina Freitas Lima Ogando e Mariana Prandini Fraga Assis. Lua Nova, São Paulo, 77, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-64452009000200001.

FRASER, Nancy. Social Justice in the Age of Identity Politics: Redistribution, Recognition, and Participation. The tanner lectures on human values. Stanford University. April 30–May 2, 1996. http://hdl.handle.net/10419/44061

GARCIA, Jennifer Anne. Maria W. Stewart: America's first black feminist. Electronic Theses and Dissertations - University Graduate School. Florida International University. Miami: Florida, 1998. https://digitalcommons.fiu.edu/etd/3929

GONZALEZ, Lélia. O Movimento Negro na Última década. In. GONZALEZ, Lélia.; HASENBALG, Carlos. Lugar de Negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.), 1988.

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo, Ed.34, 2003.

HOOKS, Bell. Não sou eu uma mulher? Mulheres negras e feminismo. 1ª edição 1981. Tradução livre para a Plataforma Gueto. Janeiro, 2014.

LORDE, Audre. Não existe hierarquia da opressão. (1983). Versão Rizoma, 2013. https://rizoma.milharal.org/2013/03/03/nao-existe-hierarquia-de-opressao-por-audre-lorde/

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. A mulher na sociedade de classes. 3ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987.

TRUTH, Sojourner. E não sou eu uma mulher? Discurso de SojounerTruth – 1851. Tradução de Osmundo Pinho. Geledés, 8 de janeiro de 2014.

Downloads

Publicado

2023-12-12

Como Citar

MACEDO, A. C.; DEVECHI, C. P. V. Coletividades interseccionais e justiça integradora: interpretando a relação entre justiça social e interseccionalidade. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 37, n. 80, p. 1051–1074, 2023. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v37n80a2017-66530. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/66530. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos