O MEMORÁVEL ERRO DE DESCARTES SEGUNDO LEIBNIZ: A QUESTÃO DA FORÇA VIVA
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v25nEspeciala2011-12Palavras-chave:
Descartes. Leibniz. Força viva. Dinâmica. Matéria.Resumo
 ∗ Professor de Filosofia da Faculdade de São Bento - São Paulo - SP.
O memorável erro de Descartes segundo Leibniz: a questão da força viva
 Resumo: Em seus escritos de maturidade, Leibniz elabora uma série de objeções à noção cartesiana de extensão como a essência dos corpos. Em particular,esta noção é considerada incompatível com o próprio princípio cartesianode conservação do movimento e mesmo a adição da noção de massa à extensão não é suficiente para dar conta das ações mecânicas. Para tanto,é necessário conceber a força ou ação motriz como uma realidade dinâmicae distinta, e acrescentar à teoria do movimento o princípio metafísico daequivalência entre a causa plena e o efeito inteiro. O erro de Descartes foiavaliar a força pela quantidade de movimento. Pois embora a estimativada quantidade de movimento por mv (uma composição da quantidade deextensão m com a medida do movimento v) reflita a concepção cartesianade corpo, ela, no entanto, não é conservada. O que é conservado é aforça, estimada a partir da quantidade do efeito que ela é capaz de produzir,como altura a que um corpo pode elevar-se. Disso se segue que mv² é aquantidade que mede a força e, portanto, o que é conservado nomovimento. O erro de Descartes tem implicações que vão além damecânica e repercutem na própria metafísica, tornando inválido, num casotípico, a resposta cartesiana para a relação corpo e alma.
Palavras-chave: Descartes. Leibniz. Força viva. Dinâmica. Matéria.
Abstract: In his mature writings, Leibniz elaborates a series of objections to theCartesian notion of extension as the essence of bodies. Particularly, thisnotion is considered incompatible with Descartes' own principle ofconservation of movement, and even the addition of the notion of mass toextension is not sufficient to account for mechanical actions. Thus, it isnecessary to conceive of driving force or action as a dynamic and distinctreality, and add the metaphysical principle of equivalence between the fullcause and the entire effect to the theory of movement. Descartes' errorwas to evaluate force by the quantity of movement. For although theestimate of the quantity of movement by mv (a composition of the quantityof extension m with the measure of movement v) reflects the Cartesianconcept of body, it is not conserved. What is conserved is the force,estimated from the quantity of effect that it is capable of producing, as, forexample, the height to which a body can raise itself. From this, it followsthat mv² is the quantity that measures the force and, therefore, what isconserved in movement. Descartes' error has implications that go beyondmechanics and have repercussions on metaphysics itself, rendering invalid,as a typical case, the Cartesian answer to the relation between body andsoul.
Keywords: Descartes. Leibniz. Living force. Dynamics. Matter.
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