O solipsismo moral em Kant: o lado obscuro da consciência moral
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-74632Palabras clave:
Amor Próprio, Solipsismo moral, Felicidade, Natureza humana, LiberdadeResumen
Este artigo pretende demonstrar que o amor próprio na complacência e no autoengano são os fundamentos da possibilidade do solipsismo moral em Kant. Dividiremos o trabalho em duas partes. A primeira parte indicará que o amor próprio é um princípio volitivo, na medida em que é capaz de transformar uma inclinação em um fim da vontade. Isto é possível porque o ser humano subordina a lei moral à sua própria felicidade. Na segunda parte, o autoengano será avaliado como forma de anular a culpa por meio da intenção e das más consequências da ação. Neste caso, o autoengano é o efeito sensível da força deste tipo de amor egoísta sobre o espírito do ser humano, porque a consciência moral é anulada pelas próprias mentiras. Por fim, será demonstrado que o amor próprio na complacência é a parte formal, um princípio volitivo capaz de transformar uma inclinação em objeto de desejo, e que o autoengano é o efeito sensível que este princípio produz na natureza humana.
Palavras-chave: Amor Próprio; Solipsismo Moral; Felicidade; Natureza Humana; Liberdade.
Moral solipsism in Kant: the dark side of moral consciousness
Abstract: This article aims to demonstrate that self-love in complacency and self-deception are the foundations of the possibility of moral solipsism in Kant. We will divide the work into two parts. The first part will indicate that self-love is a volitional principle, in that it is capable of transforming an inclination into an end of the will. This is possible, since the human being subordinates the moral law to his own happiness. In the second part, self-deception will be evaluated as a way to nullify guilt through intention and the bad consequences of the action. In this case, self-deception is the sensitive effect of the force of this type of selfish love on the spirit of the human being, because moral conscience is annulled by one's own lies. Finally, it will be demonstrated that self-love in complacency is the formal part, a volitional principle capable of transforming an inclination into an object of desire, and that self-deception is the sensitive effect that this principle produces in human nature.
Keywords: Self-Love; Moral Solipsism; Happiness; Human Nature; Freedom.
Solipsismo moral en Kant: el lado oscuro de la conciencia moral
Resumen: Este artículo pretende demostrar que el amor propio en la complacencia y el autoengaño son los fundamentos de la posibilidad del solipsismo moral en Kant. Dividiremos el trabajo en dos partes. La primera parte indicará que el amor propio es un principio volitivo, en cuanto que es capaz de transformar una inclinación en un fin de la voluntad. Esto es posible, ya que el ser humano subordina la ley moral a su propia felicidad. En la segunda parte se evaluará el autoengaño como una forma de anular la culpa a través de la intención y las malas consecuencias de la acción. En este caso, el autoengaño es el efecto sensible de la fuerza de este tipo de amor egoísta sobre el espíritu del ser humano, porque la conciencia moral es anulada por las propias mentiras. Finalmente, se demostrará que el amor propio en la complacencia es la parte formal, un principio volitivo capaz de transformar una inclinación en objeto de querer, y que el autoengaño es el efecto sensitivo que produce este principio en la naturaleza humana.
Palabras-clave: Amor Propio; Solipsismo Moral; Felicidad; Naturaleza Humana; Libertad.
Data de registro: 30/07/2024
Data de aceite: 30/10/2024
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