A farmácia de Clarice e Platão: escrita e conhecimento de si
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-70317Palabras clave:
Escrita, Farmácia, Filosofia, Literatura, TerapiaResumen
O artigo trata da articulação entre a tratativa platônica acerca da escrita, notadamente no diálogo Fedro, e a letra de Clarice Lispector quando se propõe pensar o ato de escrever. Salvaguardadas as diferenças, o abismo temporal e o ponto de partida que está na criação literária e filosófica, a saber, todo o anacronismo de que faço uso para colocar Clarice e Platão em diálogo, o caráter vital, de uma escrita inquietante, forma e conteúdo ao mesmo tempo, não será essa também a empreitada de escrita dos diálogos? Se for assim, como vamos construir um objeto filosófico em Platão que se enquadre nas duas margens? Como saberemos de que se trata essa filosofia? O objetivo é comparar a crítica de Platão, sugerindo que, diferente da leitura usual, de que o filósofo condena a escrita por se filiar à cultura da oralidade, aos textos em que Clarice propõe o ato de escrever como uma espécie de terapia da alma e como phármakon contra a incompreensão.
Palavras-chave: Escrita; Farmácia; Filosofia; Literatura; Terapia.
Clarice and Plato's pharmacy: writing and self-knowledge
Abstract: The article deals with the articulation between Plato's dealings with writing, notably in the dialogue Fedro, and Clarice Lispector's texts when she proposes to think about the act of writing. Safeguarding the differences, the temporal abyss and the starting point that is in literary and philosophical creation, namely, all the anachronism that I use to put Clarice and Plato in dialogue, the vital character of a disturbing writing, form and content at the same time, isn't this also the task of writing the dialogues? If so, how are we going to construct a philosophical object in Plato that fits both sides? How do we know what this philosophy is about? The objective is to compare Plato's criticism, suggesting that, unlike the usual reading, that the philosopher condemns writing for being affiliated with the culture of orality, with the texts in which Clarice proposes the act of writing as a kind of therapy of the soul and as a pharmakon against misunderstanding.
Key-words: Writing; Pharmacy; Philosophy; Literature; Therapy.
La pharmacie de Clarice et Platon : écriture et connaissance de soi
Résumé: L'article traite de l'articulation entre le rapport de Platon à l'écriture, notamment dans le dialogue Fedro, et les des textes de Clarice Lispector lorsqu'elle propose de penser l'acte d'écriture. Sauvegarder les différences, l'abîme temporel et le point de départ qui est dans la création littéraire et philosophique, à savoir tout l'anachronisme que j'utilise pour faire dialoguer Clarice et Platon, le caractère vital d'une écriture inquiétant, forme et fond à la fois , n'est-ce pas aussi le travail d'écriture des dialogues? Si oui, comment va-t-on construire chez Platon un objet philosophique qui va des deux côtés? Comment savons-nous de quoi parle cette philosophie? L'objectif est de confronter la critique de Platon, suggérant que, contrairement à la lecture habituelle, que le philosophe condamne l'écriture comme étant affiliée à la culture de l'oralité, avec les textes dans lesquels Clarice propose l'acte d'écrire comme une sorte de thérapie de l'âme et comme un pharmakon contre l'incompréhension.
Mots-clés: Ecriture; Pharmacie; Philosophie; Littérature; Thérapie.
Data de registro: 01/08/2023
Data de aceite: 30/102024
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