Violência Mítica e Divina na Educação: um outro olhar sobre os arquivos da violência escolar

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-68892

Palabras clave:

Filosofia da educação, Violência mítica, Violência divina, Arquivos, Docência

Resumen

Resumo: Este artigo propõe repensar uma outra perspectiva sobre os arquivos da violência na educação no campo da filosofia da educação, com base nas noções de “violência mítica” e “violência divina” segundo Walter Benjamin. A violência mítica é a inferiorização do outro, enquanto a violência divina é exercida pelo poder em si mesmo, sem categorias meios-fim. Ambas as formas de violência podem estar presentes nas relações de autoridade, como a relação entre professor e aluno. A análise dessas noções nos arquivos da violência na educação revela que o silenciamento desses casos muitas vezes está relacionado a uma concepção mítica de poder e autoridade, o que pode levar à ocultação de casos de violência e silenciamento das vítimas, contribuindo para a perpetuação desse tipo de comportamento. A violência tem essa característica, por isso em geral ela é da alçada da barbárie, porque significa a recusa a resolver os problemas pelo uso de potenciais do diálogo ou do discurso.

Palavras-chave: Filosofia da educação; Violência mítica; Violência mivina; Arquivos; Docência.

Mythical and divine violence in education: another perspective on school violence records 

Abstract: This article proposes to rethink another perspective on school violence records in the field of philosophy of education, based on the notions of "mythical violence" and "divine violence" according to Walter Benjamin. Mythical violence is the inferiorization of the other, while divine violence is exercised by power itself, without means-end categories. Both forms of violence can be present in relationships of authority, such as the relationship between teacher and student. The analysis of these notions in school violence records reveals that the silencing of these cases is often related to a mythical conception of power and authority, which can lead to the concealment of violence cases and silencing of victims, contributing to the perpetuation of this type of behavior. Violence has this characteristic, which is why it is generally within the realm of barbarism, as it means the refusal to solve problems through the use of dialogue or speech.

Keywords: Philosophy of education; Mythical violence; Divine violence; Records; Teaching.

Violencia mítica y divina en la educación: otra perspectiva sobre los archivos de la violencia escolar 

Resumen: Este artículo propone repensar otra perspectiva sobre los archivos de la violencia en la educación en el campo de la filosofía de la educación, basada en las nociones de "violencia mítica" y "violencia divina" según Walter Benjamin. La violencia mítica es la inferiorización del otro, mientras que la violencia divina es ejercida por el poder en sí mismo, sin categorías medios-fines. Ambas formas de violencia pueden estar presentes en relaciones de autoridad, como la relación entre profesor y alumno. El análisis de estas nociones en los archivos de la violencia en la educación revela que el silenciamiento de estos casos a menudo está relacionado con una concepción mítica de poder y autoridad, lo que puede llevar a la ocultación de casos de violencia y silenciamiento de las víctimas, contribuyendo a la perpetuación de este tipo de comportamiento. La violencia tiene esta característica, por lo que en general está dentro del ámbito de la barbarie, ya que significa la negativa a resolver problemas mediante el uso del diálogo o el discurso.

Palabras clave: Filosofía de la educación; Violencia mítica; Violencia divina; Archivos; Docencia.

Data de registro: 31/03/2023

Data de aceite: 28/08/2024

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Amarildo Luiz Trevisan, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor Associado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Pesquisador do CNPq. E-mail: trevisanamarildo@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2534601801498544. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3575-4369.

Citas

AGAMBEN, Giorgio (2002). Lo que queda de Auschwitz: El archivo y el testigo. Homo Sacer III. Valencia: Pre-Textos,

BENJAMIN, Walter (2013). Para uma crítica da violência. In.: BENJAMIN, Walter. Escritos sobre mito e linguagem. São Paulo: Duas Cidades, p. 121-156.

BERNSTEIN, Richard (2015). Violencia: pensar sin barandillas. Barcelona: Ed. Gedisa.

CHRISPINO, Álvaro (2007). Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 54, p. 11-28, jan./mar. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40362007000100002

CHRISPINO, Álvaro; DUSI, Miriam Lucia Herrera Masotti (2008). Uma proposta de modelagem de política pública para a redução da violência escolar e promoção da Cultura da Paz. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 597-624, out./dez. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40362008000400007

DEBARBIEUX, Eric.; BLAYA, Catherine (2002). Introdução. In.: (Orgs.). DEBARBIEUX, Eric.; BLAYA, Catherine (2002). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: UNESCO.

DERRIDA, Jacques (2010). Força de lei: o fundamento místico da autoridade. São Paulo: Martins Fontes.

ÉSQUILO (1998). Prometeu acorrentado. Ájax/Sófocles. Alceste/Eurípedes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. (A tragédia grega; v. 6).

HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor W. Dialética do esclarecimento – fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

LÓPEZ, Carlos Pérez (2017). Reglas de um juego, tempos de la huelga. Escalas entre linguaje, política e historia. In.: OYARZÚN R., Pablo; LÓPEZ, Carlos Pérez; RODRÍGUEZ, Federico (Eds). Letal e incruenta: Walter Benajmin y la crítica de violência. Santiago: LOM Ediciones, p. 219-236.

HARTUNG, Günter (2014). Mito. In.: WIZISLA, Erdmut; OPITZ, Michael. (Eds.). Conceptos de Walter Benjamin. Buenos Aires: Las Cuarenta, - (Colección Mitma).

MORO, Neiva de Oliveira (2021). “Livro preto”: como eram tratadas a disciplina e a indisciplina nas escolas da região dos campos gerais - sua base legal, conteúdo e representações sociais que produzem. 25/06/2021. Disponível em: https://www.histedbr.fe.unicamp.br/pf-histedbr/neiva_de_oliveira_moro_artigo_0.pdf Acesso: 25/03/2023.

PAZ, Miguel Angel Quintana (2005). Violencia. In.: ORTIZ-OSÉS, A.; LANCEROS, P. (Orgs.). Claves de hermenéutica: Para la filosofía, la cultura y la sociedad. Universidad de Deusto, Bilbao, Serie Filosofía, n. 35, p. 557-566.

PEREIRA, Marcelo Ricardo (2008). A impostura do mestre. Belo Horizonte: Argvmentvm.

RICOEUR, Paul (1995). Violência e linguagem. In: RICOEUR, Paul. Em torno ao político. In: São Paulo: Loyola.

ROUDINESCO, Elisabeth (2006). A análise e o arquivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude (2008). O trabalho docente. Elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Petrópolis, RJ: Vozes.

TREVISAN, Amarildo Luiz (2020). Educação e violência: a educação contra o fascismo. Educação, Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 1-14, maio-ago. DOI: https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.2.35788

TREVISAN, Amarildo Luiz (2017). Teorias da educação: a violência entre meios e fins.; TOMAZETTI, Elisete Medianeira; ROSSATTO, Noeli Dutra. Filosofia e educação: ética, biopolítica e barbárie. 1ª ed. Curitiba: Appris, p. 63-81.

Publicado

2024-10-01

Cómo citar

TREVISAN, A. L. Violência Mítica e Divina na Educação: um outro olhar sobre os arquivos da violência escolar. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 38, p. 1–31, 2024. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v38a2024-68892. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/68892. Acesso em: 6 oct. 2024.

Número

Sección

Artigos