Editorial
v.2 n.4 jan./jun. 1988
Resumen
Recentemente assistimos a um debate que, de inicialmente interessante, passou a tedioso, devido à repetição: a questão da avaliação na Universidade, entre a Folha de São Paulo e Docentes da USP, surgida a partir de uma publicação irresponsável de uma lista de docentes que levavam o mulo de improdutivos apenas e tão somente baseado no suposto de que não teriam publicado nenhum trabalho nos anos de 1985 e 1986.
Sem entrar no mérito da questão de que tenham publicado ou não, e sabe-se que muitos o fizeram, inclusive o próprio Reitor da USP, que aparece na lista, o fato nos chamou a atenção para algumas questões que se deve levar em conta quando se trata de questionar a produtividade ou improdutividade de uma Instituição ou de um docente.
1) Será a publicação o único critério a ser considerado quando a Universidade desenvolve trabalhos na área de ensino, pesquisa e extensão? O fato de ter publicado, livra da pecha de improdutivo quem o fez, mesmo em periódico que não prime pela qualificação de sua publicação? Será que todo docente deve publicar a qualquer custo? A Universidade precisa apenas de pesquisadores? Será que todo docente necessariamente deva ser um pesquisador?
2) Aqueles docentes que, estando sobrecarregados com aulas justamente para que seus colegas possam desenvolver pesquisa ou qualifiquem-se, serão também improdutivos? Aqueles que se dedicam à extensão e ao ensino simultaneamente serão improdutivos também, se não publicarem?
3) Uma vez que é tão importante a questão da publicação — e não negamos isto — por que as políticas Editoriais das Universidades não priorizam as Revistas internas em relação aos contratos externos? Isto é mais comum nas Fundações Universitárias.
Veja-se o caso de Educação e Filosofia, um dos periódicos mais pontuais de nossa Universidade, sai com um semestre de atraso e são tamanhas as dificuldades internas que quase desistimos de continuar. Contudo, a vontade de ir em frente aliada à persistência e compreensão de nossos colaboradores não nos permite ficar a meio caminho.
Educação e Filosofia entra em seu quarto número com uma volumosa colaboração o que a toma um pouco mais encorpada e enche-nos de orgulho porque significa uma considerável aceitação não apenas de leitores — posto que os números têm-se esgotado com facilidade — mas também de colaboradores.
Os artigos aqui publicados têm origens diversas: colaboram professores dos Departamentos de Filosofia, de Fundamentos da Educação e de Princípios e Organização da Prática Pedagógica, surgidos da divisão do antigo Departamento de Pedagogia; ainda na Universidade Federal de Uberlândia temos colaboradores. Os Departamentos de Biociências, Economia, Geografia e Psicologia. De outras Instituições, temos colaboração de uma doutoranda da USP, um pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da USP, e um professor de Filosofia da Rede Estadual de Ensino de São Paulo (Campinas).
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