Megafascismo e neoliberalismo a partir de Deleuze e Guattari: crítica à produção de subjetividades na educação contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v39a2025-74872

Palavras-chave:

Megafascismo, Neoliberalismo, Educação, Produção de subjetividade, Deleuze e Guattari

Resumo

Resumo: O objetivo do artigo é o de constituir teoricamente a noção de megafascismo como chave analítica de compreensão da produção de subjetividade contemporânea na interface do neoliberalismo e de suas consequências para educação brasileira. A partir da investigação das mutações analíticas que Deleuze e Guattari empenharam na noção de fascismo, a hipótese sustenta que o megafascismo é um sistema aberto, complexo, caótico, sem dominação centralizada, porém, capaz de dissipar múltiplos sentidos e manifestações de acoplamentos autoritários, discriminatórios, intolerantes, anticientíficos, reacionários, com brutalismos identitários e pós-verdades mortíferas, implicando diretamente na constituição micropolítica dos territórios existenciais. O efeito imediato da relação megafascismo e neoliberalismo implica nos modos de se pensar intervenções na educação contrarárias a tais dimensões.

Palavras-chave: Megafascismo, neoliberalismo, educação, produção de subjetividade, Deleuze e Guattari.

Megafascism and neoliberalism from Deleuze and Guattari: critique of the production of subjectivities in contemporary education

Abstract: The aim of the article is to theoretically construct the notion of mega-fascism as an analytical key to understanding the production of contemporary subjectivity at the interface of neoliberalism and its consequences for Brazilian education. Based on an investigation of the analytical mutations that Deleuze and Guattari made to the notion of fascism, the hypothesis is that mega-fascism is an open, complex, chaotic system, without centralized domination, but capable of dissipating multiple meanings and manifestations of authoritarian, discriminatory, intolerant, anti-scientific, reactionary couplings, with identity brutalisms and deadly post-truths, directly implying the micro-political constitution of existential territories. The immediate effect of the relationship between mega-fascism and neoliberalism implies ways of thinking about interventions in education that go against these dimensions.

Key words: Mega-fascism, neoliberalism, Education, subjectivity production, Deleuze and Guattari

Megafascismo y neoliberalismo desde Deleuze y Guattari: crítica a la producción de subjetividades en la educación contemporánea.

Resumen: El objetivo del artículo es constituir teóricamente la noción de megafascismo como clave analítica para comprender la producción de subjetividad contemporánea en la interfaz del neoliberalismo y sus consecuencias para la educación brasileña. A partir de la investigación de las mutaciones analíticas que Deleuze y Guattari cometieron en la noción de fascismo, se sustenta la hipótesis de que el megafascismo es un sistema abierto, complejo, caótico, sin dominación centralizada, pero capaz de disipar múltiples significados y manifestaciones de acoplamientos autoritarios y discriminatorios. , intolerante, anticientífico, reaccionario, con brutalismo identitario y posverdades mortales, implicando directamente la constitución micropolítica de los territorios existenciales. El efecto inmediato de la relación entre megafascismo y neoliberalismo implica formas de pensar sobre las intervenciones en educación que son contrarias a tales dimensiones.

Palabras clave: megafascismo, neoliberalismo, educación, producción de subjetividad, Deleuze y Guattari.

Data de registro: 14/08/2024

Data de aceite: 27/11/2024

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

Referências

AB’SÁBER, Tales. Michel Temer e o fascismo comum. São Paulo: Hedra, 2018.

AB’SÁBER, Tales. Crise, alucinose e mentira: o anticomunismo do nada brasileiro. In: ALMEIDA, Ronaldo; TONIOL, Rodrigo (Ee.). Conservadorismo, fascismo e fundamentalismos – análises conjunturais. Campinas: Editora Unicamp, 2019, p. 117-142. DOI: https://doi.org/10.7476/9788526815025.0005

ALMEIDA, Ronaldo de; TONIOL, Rodrigo. Conservadorismos, fascismos e fundamentalismos. Análises conjunturais. Campinas: Editora Unicamp, 2019. DOI: https://doi.org/10.7476/9788526815025

ALLIEZ, Éric; LAZZATO, Maurizio. Wars and capitalism. South Pasadena: Semiotext(e), 2016.

BERARDI, Franco. A fábrica da infelicidade: trabalho cognitivo e crise da new economy. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

BOBIO, Noberto. Dicionário de política. v. 1. Brasília: Editora UNB, 1998.

BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

BRAY, Mark. Antifa. O manual antifascista. São Paulo: Autonomia Literária, 2019.

BROWN, Wendy. Nas ruínas do neoliberalismo: a ascensão da política antidemocrática na Ocidente. São Paulo: Politeia, 2019.

CARVALHO, Alexandre Filordi de; ALMEIDA, Jonas Rangel. Neoconservadorismo e arcaísmos no neoliberalismo: implicações para a corrosão da inclusão escolar. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 35, 2022, p. 1-21. DOI: https://doi.org/10.5902/1984686X71319.

CARVALHO, Alexandre Filordi de. Foucault e o neoliberalismo de subjetividades precárias: incidências na escola pública brasileira. Revista Artes de Educar, São Gonçalo, v. 6, n. 3, p. 935-956, 2020. DOI: https://doi.org/10.12957/riae.2020.54579.

CARVALHO, Alexandre Filordi de. Neoliberalismo e governamentalidade de crises no pós-fascismo: que pode a educação? Revista Práxis&Saber, Boyacá, v. 14, n. 38, p. 1-17, 2023. DOI: https://doi.org/10.19053/22160159.v14.n38.2023.15070.

CARVALHO, Alexandre Filordi de. Megamáquina e condição humana: urgências éticas no mundo da técnica. Cuestiones de Filosofía, Boyacá, v. 10, n. 35, p. 101-121, 2024. DOI: https://orcid.org/0000-0003-4510-9440.

CHAMAYOU, Grégoire. A sociedade ingovernável. Uma genealogia do liberalismo autoritário. São Paulo: Ubu, 2020.

COOPER, Melinda. Family values – between neoliberalism and the new social conservatism. New York: Zone Books, 2019.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é filosofia? São Paulo: Editora 34, 1992.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O anti-Édipo. Capitalismo e Esquizofrenia 1. São Paulo: Editora 34, 2010.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 2. vol.1. São Paulo: Editora 34, 2011a.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 2. vol. 2. São Paulo: Editora 34, 2011b.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 2. vol. 3. São Paulo: Editora 34, 2012a.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 2. vol. 4. São Paulo: Editora 34, 2012b.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 2. vol. 4. São Paulo: Editora 34, 2012c.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka – por uma literatura menor. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

ECO, Umberto. Fascismo Eterno. Rio de Janeiro: Record, 2018.

ESPOSITO, Roberto. Categories of the impolitical. Nova York: Fordham University Press, 2015.

FOUCAULT, Michel. Dits et Écrits III. Paris: Gallimard, 1994.

FOUCAULT, Michel. Qu’est-ce que la critique? Suivi de La culture de soi. Paris: Vrin, 2015.

FRASER, Nancy. Capitalismo canibale. Come il sistema sta devorando la democrazia, il nostro senso di comunità e il pianeta. Roma: Tempi nuovi, 2022.

GALLO, Silvio; ESPINEL-BERNAL, Oscar. Educación y Crisis Contemporáneas. Praxis & Saber, Boyacá, v. 14, n. 34, 2023. DOI: https://doi.org/10.19053/22160159.v14.n38.2023.16685

GLUCKSMANN, André. O discurso do ódio. Rio de Janeiro: Difel, 2007.

GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Ed. 34, 1992.

GUATTARI, Félix. Des subjectivités pour le meilleur et pour le pire. Chimères, Paris, v. 50, p. 63-75, 2003. DOI: https://doi.org/10.3917/chime.050.0062

GUATTARI, Félix. Les Annés d’Hiver. Paris: Prairies Ordinaires, 2009.

GUATTARI, Félix. Lignes de fuites. Pour un autre monde de possibles. Paris: L’Aube, 2011a.

GUATTARI, Félix. L’inconscient machinique: essais de schizo-analyse. Paris: Éditions Recherche, 2011b.

GUATTARI, F. Lignes de fuites. Pour un autre monde de possibles. Paris: L’Aube, 2011c.

GUATTARI, Félix. La révolution moleculaire. Paris: Les Prairies Ordinaires, 2012a.

GUATTARI, Félix. L’inconscient machinique: essais de schizo-analyse. Paris: Éditions Recherche, 2011b.

GUATTARI, Félix. Écrits pour L’Anti-Œdipe. Paris: IMEC, 2012c.

GUATTARI, Félix. La révolution moleculaire. Paris: Les Prairies Ordinaires, 2012d.

GUATTARI, Félix. Desejo e revolução. São Paulo: Sobinfluências, 2022.

JAPPE, Anselm. A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição. São Paulo: Elefante, 2021.

HOSANG, Daniel M.; LOWDNS, Joseph E. Producers, parasites, patriotes. Race and the new right-wing politics of precarity. London: University of Minnesota Press, 2019. DOI: https://doi.org/10.5749/j.ctvdjrrcq

KLEIN, Naomi. The shock doctrine. The rise of disaster capitalism. New York: Picador, 2007.

LACLAU, Ernesto. La razón populista. Buenos Aires: FCEA. 2005.

LAZZARATO, Maurizio. Gouverner par la dette. Paris: Les Prairies Ordinaires, 2014.

LAZZARATO, Maurizio. Fascismo ou revolução? O neoliberalismo em chave estratégica. São Paulo: N- 1, 2019.

MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. São Paulo: N-1, 2021a.

MBEMBE, Achille. Brutalismos. São Paulo: N-1, 2021b.

MUMFORD, Lewis. Technics and Human Development. The myth of the machine. New York: A Harvest/HBJ Book, 1967.

MUMFORD, Lewis. The pentagon of power. The myth of the machine. New York: A Harvest/HBJ Book, 1970.

PASOLINI, Pier Paolo. Le belle bandiere. Dialoghi 1960-1965. Roma: Editori Reuniti, 1996.

PASOLINI, Pier Paolo. Scritti corsari. Milão: Garzanti, 2008.

PASOLINI, Pier Paolo. Il fascismo degli antifascisti. Milano: Garzanti, 2020.

REICH, Wilhelm. Psicologia de massas do fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SAFATLE, Vladimir; SILVA JUNIOR, Nelson da; DUNKER, Christian (Orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

SLOBODIAN, Quinn. Globalists. The end of empire and the birth of neoliberalismo. Massachusetts: Harvard University Press, 2018. DOI: https://doi.org/10.4159/9780674919808

STANDING, Guy. O precariado. A nova classe perigosa. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

TODOROV, Tzvetan. Inimigos íntimos da democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

TRAVERSO, Enzo. As novas faces do fascismo. Populismo e extrema direita. Belo Horizonte, Trotsdem, 2022.

TWENGEE, Jean M.; CAMPBELL, Keith W. The narcissism epidemic. New York: Atri, 2013.

ZUBBOF, Shoshana. The age of surveillance capitalism. New York: PublicAffairs, 2019.

Downloads

Publicado

2025-12-29

Edição

Seção

Dossiê: Diferenças, corpos e subjetivações na educação: perspectivando outros paradigmas de inclusão

Como Citar

FILORDI DE CARVALHO, Alexandre. Megafascismo e neoliberalismo a partir de Deleuze e Guattari: crítica à produção de subjetividades na educação contemporânea. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 39, p. 1–26, 2025. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v39a2025-74872. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/74872. Acesso em: 30 dez. 2025.