Mal radical e vícios diabólicos em Kant
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-74502Palavras-chave:
Mal Radical, Vícios Diabólicos, Immanuel KantResumo
Kant insiste que não é possível uma corrupção radical da razão moral legisladora. Mesmo os piores malfeitores jamais extirpam de si o respeito pela lei moral. O mal moral é antes de tudo concebido como fragilidade, autoengano, desejo de felicidade. Não obstante, Kant considera a possibilidade de abrigarmos vícios diabólicos, principalmente em seus textos da década de 1890, sobre os quais mais nos determos nesse texto. Mesmo não admitindo uma vontade diabólica, que queira o mal pelo mal, Kant assume que podemos ter vícios diabólicos, como a alegria com o mal alheio, mobilizados por paixões e afetos. O objetivo desse texto é fazer uma exploração preliminar dessa articulação complexa entre um mal autointeressado traduzido na doutrina do mal radical e vícios diabólicos que apontam para males que ultrapassam a humanidade.
Palavras-chave: Mal Radical; Vícios Diabólicos; Immanuel Kant.
Radical evil and diabolical vices in Kant
Abstract: Kant asserts that a radical corruption of legislative moral reason is not possible. Even the worst evildoers never eradicate respect for the moral law from themselves. Moral evil is understood primarily as weakness, self-deception, and desire for happiness. Nevertheless, Kant considers the possibility that we harbor diabolical vices, particularly in his texts from the 1890s, which we will focus on in this text. Even if he does not admit a diabolical will that wants evil for its own sake, Kant assumes that we can have diabolical vices, such as joy at the suffering of others, which are mobilized by passions and affections. The purpose of this paper is to make a preliminary exploration of this complex articulation between a self-interested evil manifested in the doctrine of radical evil and diabolical vices, which point to evils beyond humanity.
Keywords: Radical Evil; Diabolical Vices; Immanuel Kant.
Mal radical y vicios diabólicos en Kant
Resumen: Kant insiste que no es posible una corrupción radical de la razón moral legisladora. Incluso los peores malhechores jamás erradican de ellos el respeto por la ley moral. El mal moral es antes de todo diseñado como fragilidad, autoengaño y deseo de felicidad. Sin embargo, Kant considera la posibilidad de albergarse vicios diabólicos, principalmente en sus textos de la década de 1890, sobre los cuales más nos centraremos en este texto. Aunque no admite una voluntad diabólica, que quiera el mal por el mal, Kant asume que podemos tener vicios diabólicos, como la alegría por el mal ajeno, movilizados por las pasiones y afectos. El objetivo de este texto es hacer una exploración preliminar de esa articulación compleja entre un mal auto interesado traducido en la doctrina del mal radical y los vicios diabólicos que apuntan para males que ultrapasan la humanidad.
Palabras-clave: Mal Radical; Vicios Diabólicos; Immanuel Kant.
Data de registro: 22/07/2024
Data de aceite: 28/08/2024
Downloads
Referências
ANDERSON-GOLD, Sharon. Kant, radical evil, and crimes against humanity. In: ANDERSON-GOLD, Sharon; MUCHNIK, Pablo (Eds.). Kant’s anatomy of evil. Cambridge: Cambridge University Press. 2010. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511691898
BORGES, Maria. Passions and evil in Kant’s philosophy. Manuscrito, v. 37, n. 2, p. 333-355, jul.-dez., 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-60452015005000003
CASWELL, Matthew. Kant on the diabolical will: a neglected alternative?. Kantian Review, v. 12, iss. 2, July, p. 147-157, 2007. DOI: https://doi.org/10.1017/S1369415400000947
KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Trad. Artur Morão. Lisboa: Ed. 70. 1992.
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Trad., introd. e notas de Valério Rohden. São Paulo: Martins Fontes. 2002.
KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes. Trad. José Lamego. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2005.
KANT, Immanuel. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. Rev. téc. Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras. 2009.
LOUDEN, Robert B. Evil everywhere: The ordinariness of Kantian radical evil. In: ANDERSON-GOLD, Sharon; MUCHNIK, Pablo (Eds.). Kant’s anatomy of evil. Cambridge: Cambridge University Press. 2010. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511691898.006
MUCHNIK, Pablo. An essay on Kant’s theory of evil – The dangers of self-love and the aprioricity of history. Maryland: Lexington Books. 2009.
PALMQUIST, Stephen Richard. Comprehensive Commentary on Kant’s Religion within the Bounds of Bare Reason. Oxford: Wiley Blackwelll. 2016. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118619599
SILBER, John Robert. Kant’s Ethics: The good, freedom, and the will. Berlim: De Gruyter. 2012.
SILBER, John Robert. The ethical significance of Kant’s Religion. In: KANT, Immanuel. Religion within the limits of reason alone. Nova York: Harper & Row, p. lxxix-cxxxiv. 1960. DOI: https://doi.org/10.1515/9781614510741
WOOD, Allen William. Kant's ethical thought. Cambridge: Cambridge University Press. 1999.
WOOD, Allen William. The evil in human nature. In: MICHALSON, Gordon E. Kant’s Religion within the Boundaries of Mere Reason – A critical guide. Cambridge: Cambridge University Press. 2014. p. 31-57. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9781139088138.003 PMCid:PMC3880902
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Adriano Correia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Declaração de direitos autorais: Os trabalhos publicados são de propriedade dos seus autores, que poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título original, Educação e Filosofia, volume, nº, páginas). Todos os artigos desta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à Revista ou à EDUFU.
Declaration of Copyright: The works published are the property of their authors, who may make use of them for later publications, always citing the original publication (original title, Educação e Filosofia, volume, issue, pages). The authors of the articles published are fully responsible for them; the journal and/or EDUFU are exempt from legal responsibility for their content.
Déclaration de droit d’auteur: Les œuvres publiées sont la propriété de leurs auteurs, qui peuvent les avoir pour publication ultérieure, à condition que l'édition originale soit mentionnée (titre de l'original, Educação e Filosofia, volume, nombre, pages). Tous les articles de cette revue relèvent de la seule responsabilité de leurs auteurs et aucune responsabilité légale quant à son contenu n'incombe au périodique ou à l’EDUFU.