Loucura: das manifestações nas tragédias de Eurípides à expressão da bílis negra
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-68800Palavras-chave:
Manía, Melancolia, Lyssa, LoucuraResumo
Resumo: Buscando preservar a unidade entre o estético e o político, o artigo propôs-se a criar tramas e zonas de contato entre o conteúdo e as formas de funcionamento das tragédias, particularmente as de Eurípedes, e as percepções das manifestações daquilo que se convencionou chamar de loucura. Para isso, sem a pretensão de transpor a modernidade à Antiguidade Grega, a hermenêutica empregada intentou produzir pontos de tensionamento e de convergência entre aspectos pertinentes à formação das práticas e das conceitualizações que envolvem as representações da loucura nesses períodos. Tratada ora como Manía, ora como Lyssa, para receber os contornos da Melancholaō, ela desenvolveu-se com facetas variadas até chegar a ser capturada e fixada pela modernidade como sinal e símbolo de patologia mental. Rompendo com a tradição cartesiana, o retorno aos gregos não poderia trazer outras formas de repensar e reatualizar o conceito de Loucura?
Palavras-Chave: Manía; Melancolia; Lyssa; Loucura
Madness: from the manifestations in the tragedy of Euripides to the expression of the black bill
Abstract: Aiming to preserve the unity between the aesthetic and the political, the article proposed to create plots and areas of connection between the content and the ways in which tragedies work, particularly those of Euripides, and the perceptions of the manifestations of what is conventionally called folly. For this, without intending to transpose the Modernity to Greek Antiquity, the hermeneutics employed tried to produce points of tension and convergence between aspects relevant to the formation of practices and conceptualizations that involve the representations of madness. Treated sometimes as Manía, sometimes as Lyssa, to receive the contours of Melancholaō, it developed with varied facets until it was captured and fixed by modernity as a sign and symbol of mental pathology. Breaking with the Cartesian tradition, couldn't the return to the Greeks bring other ways of rethinking and updating the concept of Madness?
Keywords: Manía; Melancholy; Lyssa; Madness
Locura: de las manifestaciones en la tragedia de Euripides a la expresión del bilis negro
Resumen: Buscando preservar la unidad entre lo estético y lo político, el artículo propone crear tramas y zonas de contacto entre el contenido y las formas en que funcionan las tragedias, particularmente las de Eurípides, y las percepciones de las manifestaciones de lo que convencionalmente se llama locura. Para ello, sin pretender trasponer la modernidad a la Antigüedad griega, la hermenéutica empleada trató de producir puntos de tensión y convergencia entre aspectos relevantes para la formación de prácticas y conceptualizaciones que involucran las representaciones de la locura en estos períodos. Tratada a veces como Manía, a veces como Lyssa, para recibir los contornos de Melancholaō, se desarrolló con variadas facetas hasta que fue captada y fijada por la modernidad como signo y símbolo de la patología mental. Rompiendo con la tradición cartesiana, ¿la vuelta a los griegos no podría traer otras formas de repensar y actualizar el concepto de Locura?
Palabras Clave: Manía; Melancolía; Lyssa; Locura
Data de registro: 23/03/2023
Data de aceite: 20/09/2023
Downloads
Referências
ARISTOTELE. Problema XXX – Sagezza, intelletto, sapienza. Traduzione dal greco antico di Andrea L. Carbone. Duepunti edizioni: Palermo, 2011.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco; Poética. In: Coleção os Pensadores. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. Nova Cultura: São Paulo, 1991. Edição Eletrônica.
BARROS, Gilda Naécia M. A face grega do irracional. In: LAUAND, Luiz Jean (Org.). Filosofia e Educação - Estudos 7. São Paulo: Factash Editora, 2008, v. 7, p. 23-36.
BURTON, R. Anatomía de la melancolía (selección). Buenos Aires: Espasa-Calpe, S.A, 1947.
CHANDLER, Clive E. Madness in Homer and the verb µαίανοµαι Manía. Madness in the Greco-Roman World. Ata Classica Supplementum III – Classical Association of South American. Pretoria, 2009. pp. 8-18.
EURÍPIDES. Medéia. As Bacantes. As Troianas. Trad. David Jardim Júnior. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura: na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 2014.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France, 1982-1983. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
HARTIGAN, Karelisa. Euripidean Madness: Herakles and Orestes. Greece & Rome, 1987, p. 126-135. DOI: https://doi.org/10.1017/S0017383500028084.
HOMERO. Ilíada.. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
KLIBANSKY, Raymond; PANOFSKY, Erwin; SAXL, Fritz. Saturn and Melancholy – studies in the History of Natural Philosophy, Religion and Art. Kraus-Thomson Organization Limited: Liechteinstein, 1979.
MOULINIER, L. Le pur et l’impur dans la pensée des Grecs (D’Homére a Aristote). Paris: C. Klincksieck, 1952.
PADEL, Ruth. Whom Gods destroy: elements of Greek and tragic madness. Princeton University Press: Princeton, New Jersewy, 1995.
PLATÃO. Defesa de Sócrates. Coleção Os Pensadores. Trad. Jaime Bruna. São Paulo: Nova Cultura, 1987. Versão eletrônica.
POSTEL e QUÉTEL. Nueva historia de la psiquiatria. México: Fondo de cultura económica, 2000.
RIBEIRO Jr., W.A. O heléboro negro. Portal Graecia Antiqua, São Carlos, 2000. URL: greciantiga.org/img.asp?num=0387. Consulta: 15/06/2021.
RODRIGUES, Marco Aurélio. Um conceito plural: a ἄτη na tragédia grega. Tese de doutorado apresentada ao PPG em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/ Araraquara e Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Araraquara: 2015. 416f.
TRABULSI, José A. Dabdab. Dionisimo, poder e sociedade na Grécia até o fim da época clássica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Heriel Adriano Barbosa da Luz, Marcio Luis Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Declaração de direitos autorais: Os trabalhos publicados são de propriedade dos seus autores, que poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título original, Educação e Filosofia, volume, nº, páginas). Todos os artigos desta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à Revista ou à EDUFU.
Declaration of Copyright: The works published are the property of their authors, who may make use of them for later publications, always citing the original publication (original title, Educação e Filosofia, volume, issue, pages). The authors of the articles published are fully responsible for them; the journal and/or EDUFU are exempt from legal responsibility for their content.
Déclaration de droit d’auteur: Les œuvres publiées sont la propriété de leurs auteurs, qui peuvent les avoir pour publication ultérieure, à condition que l'édition originale soit mentionnée (titre de l'original, Educação e Filosofia, volume, nombre, pages). Tous les articles de cette revue relèvent de la seule responsabilité de leurs auteurs et aucune responsabilité légale quant à son contenu n'incombe au périodique ou à l’EDUFU.