A “Mulher Negra” confronta o “Mito Fundador”: heresias ensaísticas em Lélia Gonzalez e Marilena Chaui

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-68673

Palavras-chave:

Lélia Gonzalez, Feminismo, Ensaio, Linguagem, Teoria Crítica

Resumo

Resumo: No presente artigo, discutimos as contribuições do gênero ensaio ao pensamento crítico feminista, identificadas nos procedimentos formais da linguagem nos textos de Lélia Gonzalez e de Marilena Chaui acerca da sociedade brasileira. Questionamos de que maneira as características do ensaio potencializam a crítica ao sexismo, racismo e autoritarismo nas concepções da “Mulher negra”, em Gonzalez, num confronto imaginário com o “Mito Fundador”, em Chaui. Objetivamos localizar na escrita das autoras os artifícios característicos do ensaio, mobilizados para estimular reflexões críticas nas leitoras. Em meio ao embate da “Mulher Negra” com o “Mito Fundador”, apostamos nos sentidos erráticos do ensaio diante do discurso dogmático que violenta o corpo negro feminino.

Palavras-chave: Lélia Gonzalez; Feminismo; Ensaio; Linguagem; Teoria Crítica.

The “Black Woman” confronts the “Founding Myth”: essay heresies in Lélia Gonzalez and Marilena Chaui

Abstract: In this article, we discuss the contributions of the essay genre to feminist critical thinking, identified in the formal procedures of language in the texts of Lélia Gonzalez and Marilena Chaui regarding Brazilian society. We question how the characteristics of the essay strengthen criticism of sexism, racism and authoritarianism in the conceptions of the “Black Woman”, in Gonzalez, in an imaginary confrontation with the “Founding Myth” in Chaui. We aimed to locate, in the authors’ writing, the characteristic devices of the essay, mobilized to stimulate critical reflections in the readers. In the midst of the clash between the “Black Woman” and the “Founding Myth”, we bet on the erratic meanings of the essay faced with the dogmatic discourse that violates the female Black body.

Keywords: Lélia Gonzalez; Feminism; Essay; Language; Critical Theory.

La “Mujer Negra” se enfrenta al “Mito Fundador”: herejías ensayísticas en Lélia González y Marilena Chaui

Resumen: En este artículo, discutimos las contribuciones del género ensayo al pensamiento crítico feminista, identificadas en los procedimientos formales del lenguaje en los textos de Lélia Gonzalez y Marilena Chaui sobre la sociedad brasileña. Nos preguntamos cómo las características del ensayo potencian la crítica al sexismo, racismo y autoritarismo en las concepciones de la “Mujer Negra”, en González, en un enfrentamiento imaginario con el “Mito Fundador”, en Chaui. Nuestro objetivo es ubicar en la escritura de las autoras los dispositivos característicos del ensayo, movilizados para estimular reflexiones críticas en las lectoras. En medio del choque de la “Mujer Negra” con el “Mito Fundador”, apostamos por los significados erráticos del ensayo frente al discurso dogmático que violenta el cuerpo negro femenino.

Palabras clave: Lélia Gonzalez; Feminismo; Ensayo; Lenguaje; Teoría Crítica.

Data de registro: 14/03/2023

Data de aceite: 10/07/2023

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Raquel Gomes Maia Pires, Universidade de Brasília (UnB)

Doutorado em Política Social pela Universidade de Brasília (UnB). Professora em Universidade de Brasília (UnB). E-mail: maiap@unb.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3128153429452472. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7941-0816.

Referências

ADORNO, Theodor. Ensaio como forma. In: ADORNO, Theodor. Notas de literatura I. Trad. Jorge M. B. Almeida. São Paulo: Ed. 34, 2003. p. 15-45.

ADORNO, Theodor. Dialética Negativa. Trad. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

ADORNO, Theodor. Prismas: Crítica cultural e sociedade. Trad. Augustin Werner e Jorge Mattos Brito de Almeida. São Paulo: Editora Ática, 1998.

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Trad. Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

CHAUI, Marilena. Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fund. Perseu Abramo, 2001.

DIAS, Magno M. Améfrica Ladina: introdução a uma abertura. Rio de Janeiro: NOVAmente. 1980. Disponível em: https://www.novamente.org.br/textos. Acesso em: 21 mar. 2022.

EULALIO, Alexandre. O ensaio literário no Brasil. In: PIRES, Paulo Roberto (Org.). Doze ensaios sobre ensaio: antologia serrote. São Paulo: IMS, 2018. p. 144-221.

FRASER, Nancy. O que é crítico na Teoria Crítica – o argumento de Habermas e Gênero. In: BENHABIB, Sheila; DRUCILLA, Cornell (Orgs.). Feminismo como crítica da modernidade. Trad. Nathanael da Costa Caixeiro. Rio de Janeiro: Ed. Rosa dos Tempos, 1987. p. 38-65.

GATTI, Luciano. Como escrever? Ensaio e experiência a partir de Adorno. O que nos faz pensar, v. 23, n. 35, p. 169-196, 2014.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na sociedade brasileira. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Por um feminismo afro latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020a. p. 75-93.

GONZALEZ, Lélia. A importância de organização da mulher negra no processo de transformação social. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Por um feminismo afro latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020b. p. 267-270.

GONZALEZ, Lélia. Mulher negra: Um retrato. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Por um feminismo afro latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020c. p. 173-178.

KLINGER, Diana. Escrita de si como performance. Revista Brasileira de Estudos Comparados, n. 12, p. 11-29, 2008.

LIMA, Márcia; RIOS, Flávia. Introdução. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Por um feminismo afro latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. p. 9-21.

OZICK, Cynthia. Retrato do ensaio como corpo de mulher. In: PIRES, Paulo Roberto (Org.). Doze ensaios sobre ensaio: antologia serrote. São Paulo: IMS, 2018. p. 224-233.

PEREIRA, Lúcia Miguel. Sobre os ensaístas ingleses. In: PIRES, Paulo Roberto (Org.). Doze ensaios sobre ensaio: antologia serrote. São Paulo: IMS, 2018. p. 46-59.

PIRES, Paulo Roberto. Apresentação. In: PIRES, Paulo Roberto (Org.). Doze ensaios sobre ensaio: antologia serrote. São Paulo: IMS, 2018. p. 4-7.

RODRIGUES, Carla; MONTEIRO, Juliana de Moraes. Lélia Gonzalez, uma filósofa amefricana. Revista Ideação, n. 42, 2020. DOI: https://doi.org/10.13102/ideac.v1i42.5460.

SELIGMAN-SILVA, Márcio. A atualidade de Walter Benjamim e Theodor W. Adorno. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

STOEGNER, Karen. “Para além do Princípio de Gênero”: Horkheimer e Adorno sobre o Problema de Gênero e Identificação. Cadernos de Filosofia Alemã, v. 22, n. 2, p. 135-151, 2017. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/138460/133909. Acesso em: 14 ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i2p135-151.

Downloads

Publicado

2024-07-19

Como Citar

PIRES, M. R. G. M. A “Mulher Negra” confronta o “Mito Fundador”: heresias ensaísticas em Lélia Gonzalez e Marilena Chaui. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 38, p. 1–30, 2024. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v38a2024-68673. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/68673. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos