O Movimento Escola sem Partido e a captura da docência:

O professor como técnico do saber especializado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v34n71a2020-55534

Palavras-chave:

Educação, Escola sem partido, Fenomenologia, Sartre

Resumo

O Movimento Escola sem Partido e a captura da docência: O professor como técnico do saber especializado

Resumo: Este artigo tem por objetivo refletir sobre formas de captura das práticas pedagógicas do professor presentes no pensamento e no projeto de lei proposto pelo Movimento Escola sem Partido. Em nossa análise, a estratégia de vigilância do trabalho docente, a classificação do trabalho docente como doutrinação e a sobreposição da educação familiar sobre a escolar, emergem como formas de captura da docência, transformando o professor num “técnico do saber especializado”, conforme conceituação de Jean-Paul Sartre.
Palavras-chave: Educação; Escola sem partido; Fenomenologia; Sartre.

The school without political party movement and the capture of teaching: the teacher as a specialist knowledge technician

Abstract: This article aims to reflect on ways of capturing the pedagogical practices of the teacher present in the thought and the bill proposed by the School Without Political Party Movement. In our analysis, the strategy of surveillance of teaching work, the classification of teaching work as indoctrination and the overlap of family education over school, emerge as ways of capturing teaching, transforming the teacher into a "specialist knowledge technician", as conceptualization. by Jean-Paul Sartre.
Keywords: Education; School Without Political Party; Phenomenology; Sartre. 

Le mouvement école sans parti et la capture de l’enseignement: L’ enseignant comme technicien spécialisé du savoir

Résumé: Cet article vise à réfléchir sur les moyens de capter les pratiques pédagogiques de l’enseignant présent dans la pensée et das le projet de loi proposés par le Mouvement École sans Parti. Dans notre analyse, la stratégie de surveillance du travail d’enseignement, la classification du travail d’enseignement comme endoctrinement et le chevauchement de l’education familier sur l’éducation scolaire, apparaissent comme les raison de capturer de l’enseignement, transformant l’enseignant em um “technicien spécialisé du savoir”, comme conceptualisé par Jean-Paul Sartre.
Mots clés: Éducation; École sans parti; Phénoménologie; Sartre.

Data de registro: 17/06/2020
Data de aceite: 26/11/2020

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Márcio Danelon, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

* Doutor em Educação pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Professor na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E-mail: marcio.danelon@ufu.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0416-7273

Referências

AÇÃO EDUCATIVA ASSESSORIA, PESQUISA E INFORMAÇÃO (org). A ideologia do movimento escola sem partido: 20 autores desmontam o discurso. São Paulo: Ação Educativa, 2016, 168p. Seleção e organização dos textos: Roberto Catelli Júnior e Leila Andrade.

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1972.

BENTHAM, Jeremy. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. 2ª ed.

BIESTA, Gert. Para além da aprendizagem – educação democrática para um futuro humano. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2017.

BRAIT, Daniele. Os protagonistas do ESP. In: AÇÃO EDUCATIVA ASSESSORIA, PESQUISA E INFORMAÇÃO (org). A ideologia do movimento escola sem partido: 20 autores desmontam o discurso. São Paulo: Ação Educativa, 2016, p. 161-165.

CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Editora da UNESP, 1999.

CATELLI JÚNIOR, Roberto. A criminalização ideológica do livro didático: a quem serve? In: AÇÃO EDUCATIVA ASSESSORIA, PESQUISA E INFORMAÇÃO (org). A ideologia do movimento escola sem partido: 20 autores desmontam o discurso. São Paulo: Ação Educativa, 2016, p. 79-87.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CONSELHO PLENO. Resolução CNE/CP nº 02/2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular.

DELORS, Jacques, et al. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Editora Cortez, 1996.

DURKHEIM, Émile. Sociologia e Educação. Porto: Editora Rés, 1984.

EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

ERASMO. De pueris. São Paulo: Editora Scala, s/d.

ESCOLA SEM PARTIDO. Disponível em <http://www.escolasempartido.org>.

ESCOLA SEM PARTIDO. Disponível em <https://pt-br.facebook.com/escolasempartidooficial/>.

GUILHERME, Alexandre A. & PICOL, Bruno A. Escola sem Partido – Elementos totalitários em uma democracia moderna: uma reflexão a partir de Arendt. Revista Brasileira de Educação. V. 23 e230042 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782018230042. Acesso em 10/04/2019.

HEIDEGGER, Martin. O que é isso – a filosofia? São Paulo: Abril Cultural. Coleção Os Pensadores, 1978.

KANT. Immanuel. Sobre a pedagogia. Piracicaba: Editora Unimep, 1999.

LIMA, Sílvia Cristina F. Cultura e formação nos primeiros escritos de Nietzsche. 2012. 103f Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012.

MASSCHELEIN, Jan & SIMONS, Maarten. Em defesa da escola: uma questão pública. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. Tradução Cristina Antunes. 2. ed.

MINAS GERAIS/SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO. Filosofia. Proposta curricular. Belo Horizonte, s/d.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base nacional curricular comum. Secretaria de Educação Básica, Brasília, 2017.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Ciências Humanas e suas tecnologias. Orientações Curriculares para o Ensino Médio, volume 3. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Brasília, 2006. 133p.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portaria nº 1.570, de 20 de dezembro de 2017.

SARTRE, Jean-Paul. Em defesa dos intelectuais. São Paulo: Editora Ática, 1994.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

Downloads

Publicado

2021-02-05

Como Citar

DANELON, M. O Movimento Escola sem Partido e a captura da docência: : O professor como técnico do saber especializado. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 34, n. 71, p. 509–553, 2021. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v34n71a2020-55534. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/55534. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Fenomenologia e Educação