A governança e as políticas educacionais brasileiras: atuação dos aparelhos privados de hegemonia

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DOI :

https://doi.org/10.14393/REPOD-v12n2a2023-68710

Mots-clés :

Governança, Políticas Educacionais, Reformas Empresariais, Relação Público-privada, Aparelhos Privados de Hegemonia (APHs)

Résumé

Mediante uma análise teórica gramsciana e pesquisa bibliográfica, este artigo discute o conceito de governança, identificando o aprofundamento da relação público-privada no contexto das políticas educacionais. A discussão orientou-se pela problemática: Qual a conjuntura histórica e política em que emergiu o paradigma da governança e o papel dos Aparelhos Privados de Hegemonia (APHs) no direcionamento das políticas educacionais? Concluiu-se que as políticas educacionais começaram a ser desenvolvidas por meio de coordenação compartilhada com os APHs em 1980. Portanto, esses agentes, para além da implementação de políticas, agem por meio de estratégias, como advocacy e articulação em rede, influenciando a agenda das políticas públicas educacionais.

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Kelly Leticia da Silva Sakata, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Brasil

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora efetiva do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil.

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Publié-e

2023-05-18

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SAKATA, K. L. da S. A governança e as políticas educacionais brasileiras: atuação dos aparelhos privados de hegemonia. Revista Educação e Políticas em Debate, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 739–757, 2023. DOI: 10.14393/REPOD-v12n2a2023-68710. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/68710. Acesso em: 27 juill. 2024.

Numéro

Rubrique

DOSSIÊ - ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA AMÉRICA LATINA: CONFIGURAÇÕES ATUAIS