Questão agrária e luta pela reforma agrária na transição do século XX para o XXI
uma análise do território goiano
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164204Resumo
O objetivo deste estudo é analisar a expansão do capital no campo no estado de Goiás e a atuação dos movimentos socioterritoriais no campo sob os diferentes governos nos últimos 25 anos. Para a consecução da pesquisa foi realizada a revisão bibliográfica acerca da temática central de investigação e coleta, sistematização, espacialização e análise de dados em fontes secundárias sobre o estado de Goiás. Constatou-se que o estado vem passando por transformações profundas no território nos últimos 25 anos, em que se tem expandido a agricultura empresarial capitalista e, contraditoriamente, tem havido resistências e luta via a atuação de movimentos socioterritoriais. Nos anos 1990 teve início a política de fortalecimento e expansão neoliberal do capital no campo, que até meados da década de 2000 teve como contrapartida a implantação de assentamentos rurais por meio da pressão dos movimentos socioterritoriais. A partir de então, observou-se o acirramento das contradições entre a expansão capitalista e as políticas de apoio à agricultura familiar camponesa, resultando em uma considerável redução da atuação dos movimentos socioterritoriais e na paralisação da política de distribuição fundiária, ocasionando significativos prejuízos no âmbito social, econômico e ambiental.