A CONCEPÇÃO CARTESIANA DE SUJEITO: A ALMA E O ANIMAL RACIONAL
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v25nEspeciala2011-07Palabras clave:
Alma. Espírito. Intelecto. Vontade. Matéria. Animal racional. Paixões.Resumen
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A concepção cartesiana de sujeito: a alma e o animal racional
A concepção cartesiana de subjetividade é frequentemente mal compreendida. Passados quatros séculos, e depois de milhares de estudos feitos sobre a filosofia de Descartes, ainda se faz uma imagem significativamente distorcida do sujeito cartesiano. Segundo meu ponto de vista, a concepção cartesiana de sujeito é alvo de quatro grandes equívocos de interpretação: o primeiro é que Descartes seria o inventor da distinção real entre a natureza do espírito e da matéria. O segundo é que ele teria feito isso orientando-se por uma intenção primordialmente espiritualista, de ranço teológico e mesmo cristão, de quem pretendia mostrar que a mente ou consciência – sendo de natureza puramente imaterial, feita à imagem e semelhança de Deus – consistia numa realidade mais nobre e elevada que a realidade corpórea. O terceiro é de que a vontade, ou livre arbítrio, seria mesmo a faculdade essencial da alma. Por fim, o quarto é de que a concepção cartesiana de alma ou espírito consiste fundamentalmente na concepção cartesiana de homem ou animal racional. Ora, pretendo mostrar, ao longo de minha exposição sobre a concepção cartesiana de subjetividade, que essas quatro crenças ou opiniões são falsas e, em alguns aspectos, até mesmo contrárias às intenções de Descartes, de modo que são incompatíveis com a concepção cartesiana de sujeito.
Palavras-chave: Alma. Espírito. Intelecto. Vontade. Matéria. Animal racional. Paixões.
Résumé : La conception cartésienne de subjectivité est souvent mal comprise. Après quatre siècles et des milliers d´études consacrées à la philosophie de Descartes, on se fait encore une image considérablement déformée du sujet cartésien. D´après moi, la conception cartésienne de sujet est une cible de quatre erreurs d’interprétation: la première est que Descartes serait l´inventeur de la distinction réelle entre la nature de l´esprit et de la matière; la deuxième est qu´il aurait fait cette distinction orienté par une intention avant tout spiritualiste aux relents théologiques et même chrétiens, dont l´objectif serait de montrer que l´esprit ou la conscience – de nature purement immatérielle faite à l’image de Dieu – consistait en une réalité plus noble et élevée que la réalité corporelle; la troisième est que la volonté ou le libre arbitre serait réellement la faculté essentielle de l´âme; et la quatrième est que la conception cartésienne d´âme ou d´esprit consiste fondamentalement en la conception cartésienne d´homme ou d´animal rationnel. Ainsi, je prétends démontrer tout au long de mon exposé sur la conception cartésienne de subjectivité que ces quatre opinions ou croyances sont erronées, voire même dans une certaine mesure contraires aux intentions de Descartes, de telle manière qu´elles sont incompatibles avec la conception cartésienne de sujet.
Mots clé: Âme. Esprit. Intellect. Volonté. Matière. Animal rationnel. Passions.
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