Formação política e movimentos sociais

uma perspectiva gramsciana

Autores/as

  • Maria Socorro Ramos Militão Universidade Federal de Uberlandia (Uberlândia, MG, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v28n56a2014-p617-641

Palabras clave:

Formação política, Movimentos sociais, Partido político, Hegemonia

Resumen

Resumo: Este artigo pretende suscitar a discussão em torno do processo de formação política dos trabalhadores sob a ótica do marxismo e da filosofia da práxis de Antônio Gramsci, tendo como perspectiva a organização política dos subalternos e a construção de uma nova sociedade. Estas preocupações se transformariam, nas mãos de Gramsci, na promoção de ações políticas no interior das fábricas de Turim dos anos 1920 e o levaria a perceber nos “Conselhos de Fábrica” os organismos de representação efetiva do proletariado, vendo neles um embrião dos sovietes. Mais tarde, no cárcere, entendia que o Partido Político seria o responsável por dar unidade e coerência a luta dos subalternos. Assim, o intelectual orgânico coletivo do proletariado seria o artífice de uma vontade unitária nacional-popular; o Organismo que dirige e capacita o proletariado a conquistar e exercer sua hegemonia construída por meio de uma reforma intelectual e moral. Essa discussão pretende lançar luz sobre os recentes movimentos de lutas sociais, desencadeados tanto no Oriente quanto no Ocidente, devido ao elevado grau de complexidade do capitalismo avançado, que gera toda espécie de problemas sociais e políticos. Busca-se iniciar uma discussão acerca do saldo político que podemos obter dos movimentos de massas ocorridos entre os meses de junho e julho de 2013, no Brasil.

Palavras-chave: Formação política. Movimentos sociais. Partido Político. Hegemonia.

 

Riassunto: Questo articolo si propone di incoraggiare la discussione intorno alla formazione politica dei lavoratori dal punto di vista del marxismo e della filosofia della praxis di Antonio Gramsci, avendo come prospettiva l'organizzazione politica dei subalterni e la costruzione di una nuova società. Queste preoccupazioni, per iniziativa di Gramsci, si sarebbero trasformate nella promozione di azioni politiche nelle fabbriche di Torino negli anni '20 e avrebbero portato Gramsci a vedere nei "Consigli di fabbrica" organismi di rappresentanza effettiva del proletariato, equivalente a degli embrioni dei Soviet. Più tardi, in carcere, capirà che è il partito politico a essere l'organo che dà unità e coerenza alla lotta dei subalterni. Perciò sarebbe l'intellettuale organico del proletariato l'artefice di una volontà collettiva nazionale-popolare unitaria, l'organo che dirige e fornisce al  proletariato le capacità per conquistare e esercitare la sua egemonia costruita per mezzo di una riforma intellettuale e morale. Questa discussione intende far luce sui recenti movimenti di lotta sociale, scatenati in Oriente come in Occidente, a causa dell'elevato grado di complessità del capitalismo avanzato che genera problemi sociali e politici di ogni tipo. Pertanto, qui si cerca di avviare un dibattito circa il bilancio politico che si può fare in relazione ai movimenti di massa che si sono verificati in Brasile nei mesi di giugno e luglio 2013.

Parole-chiave: Formazione politica. Movimenti sociali. Partito politico. Egemonia.

 

Data de registro: 10/03/2014

Data de aceite: 23/04/2014 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Socorro Ramos Militão, Universidade Federal de Uberlandia (Uberlândia, MG, Brasil)

Doutora em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Universidade do Estado de São Paulo (Unesp). Professora de Filosofia Política do Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Membro do Grupo de Estudos “Marx no século XXI” e Marxismo: Marx e Gramsci. E-mail: helpramos@yahoo.com.br

Citas

ANDERSON, P. As antinomias de Antonio Gramsci. In: ______. et al. A estratégia revolucionária na atualidade. Tradução de Juarez Guimarães e Felix Sanches. São Paulo: Joruês, 1986.

BÓRON, A. A. Movimientos sociales, democracia y construcción de hegemonia em América Latina. Reflexiones a propósito del legado gramsciano. In: SEMERARO, Giovanni et al. (Org.). Gramsci e os movimentos populares. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2011.

COUTINHO, C. N. Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político. 2. ed. Rio de Janeiro: Campos, 1992.

GRAMSCI, A. Alguns temas da questão meridional. In: ______. Temas de Ciências Sociais. n. 1. São Paulo, 1978.

______. A questão meridional. Tradução de Carlos N. Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Cadernos do cárcere. Tradução de Carlos N. Coutinho; Marco A. Nogueira. 2. ed. v. 1 e v. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

______. Cadernos do cárcere. Tradução de Carlos N. Coutinho; Marco A. Nogueira. v. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

______. Concepção dialética da história. Tradução de Carlos N. Coutinho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

______. La Costruzione del Partito Comunista: 1921-1926. Torino: Einaudi, 1971.

______. L'ordine nuovo. A cura di Valentino Gerratana; A. A. Santucci. Torino: Einaudi, 1987.

______. Maquiavel, a política e o Estado moderno. Tradução de L. M. Gazzaneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

______. Obras escolhidas. Tradução de Manuel B. da Cruz. v. 2. São Paulo: Martins Fontes, 1978.

______. Os intelectuais e a organização da cultura. Tradução de Carlos N. Coutinho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

______. Quaderni del carcere. Edizione critica dell’istituto Gramsci. A cura di Valentino Gerratana. v. 1, 2, 3 e 4.Torino: Einaudi, 2001.

______. Revolução e cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983. Coleção Retratos do Brasil. v. 163.

______. Sobre Democracia Operaria e outros textos. Biblioteca Ulmeiro. n. 4. Lisboa: Ulmeiro. 1976.

GRAMSCI, A.; BORDIGA, Amadeo. Conselhos de fábrica. Tradução de Marina Borges Svevo. São Paulo: Brasiliense, 1981.

GRUPPI, L. O conceito de hegemonia em Gramsci. Tradução de Carlos N. Coutinho. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1980.

_____. O pensamento de Lênin. Tradução de Carlos N. Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

LÊNIN, V. I. El reformismo en la socialdemocracia rusa. In: _____. Obras completas. v. 17. Buenos Aires: Cartago, 1970.

LÖWY, M. Consciência de classe e partido revolucionário. Revista Brasiliense, Brasília, n. 41, outubro. 1962.

MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São Paulo: Moraes, 1984.

_____. O manifesto do partido comunista. Tradução de Maria Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

______. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos escolhidos. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Pensadores).

RIDENTE, M. Classes sociais e representação. Apresentação de Francisco de Oliveira. 2. ed. v. 31. São Paulo: Cortez, 2001. Coleção questões da nossa época.

SECCO, L. As jornadas de junho. In: MARICATO, E. et al. (Org.). Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações de ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013.

Publicado

2014-09-24

Cómo citar

MILITÃO, M. S. R. Formação política e movimentos sociais: uma perspectiva gramsciana. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 28, n. 56, p. 617–641, 2014. DOI: 10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v28n56a2014-p617-641. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/25039. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê: Filosofia Política - Atualidade de Marx e Gramsci