Da relação entre os graus de conhecimento e as capacidades de representação em Kant
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v27nEspeciala2013-p281a302Palabras clave:
graus de conhecimento, capacidades do ânimo, operações cognitivas, entes não racionais.Resumen
*Doutor em Filosofia (UFMG), Professor de Filosofia Moderna na UFU, faz residência pós-doutoral junto ao "Grupo de Estética e Filosofia da Arte" da UFMG.
Da relação entre os graus de conhecimento e as capacidades de representação em Kant
Resumo:Â Na Lógica Jäsche encontramos uma descrição dos graus do conhecimento segundo Kant, que em ordem crescente seria a seguinte: representar-se, perceber, saber, conhecer, entender, discernir e compreender (Log: 09, 64-65), com a seguinte advertência no quarto nível: "os animais também sabem dos objetos, mas não os conhecem" (Log: 09, 65). É bem conhecida a definição kantiana de conhecimento enquanto resultado da aplicação de conceitos do entendimento aos objetos da intuição sensível. Também conhecemos sua tese de que as "categorias são conceitos que prescrevem leis a priori aos aparecimentos, por conseguinte à natureza, como conjunto de todos os aparecimentos" (KrV: B163). Buscamos analisar neste artigo a referida série ordenada dos graus de conhecimento mediante a consideração dos papéis específicos que Kant atribui a cada uma das capacidades de representação que compõem o aparelho cognitivo humano e que colaboram para a construção do conhecimento, conforme descrições feitas principalmente no âmbito da KrV (AA 03 e 04), Anthropologie (AA 07), Logik (AA 09) e Vorlesungen (AA 24: ff.). Sustentamos a posição de que estes distintos graus de conhecimento se devem à crescente complexidade operacional proporcionada, primeiramente, pelos sentidos, que recebem de modo meramente passivo o múltiplo desconectado da intuição, para então elaborar espontaneamente pela imaginação um conjunto de sínteses subjetivamente unificadas, construindo aparecimentos [Erscheinungen] mediante as formação de imagens no espaço e associação de intuições no tempo, para, finalmente, e com a colaboração do entendimento, que prescreve leis à natureza (KrV: B165, B163, B159), elaborar o conhecimento empírico dos objetos da experiência, ou fenômenos [Phaenomena], pela reunião objetiva da multiplicidade dos aparecimentos sob regras de unidade intelectuais.
Palavras-chave: Graus de conhecimento. Capacidades do ânimo. Operações cognitivas. Entes não racionais.
Da relação entre os graus de conhecimento e as capacidades de representação em Kant
Abstract: At the Jäsche Logic we find a description of the degrees of knowledge according to Kant, which in ascending order would be as follows: to represent, to perceive, to be acquainted, to know, to understand, to have insight and to comprehend (Log: 09, 64-65), with the following warning at the fourth level: "the animals also be acquainted with objects, but do not know them" (Log: 09, 65). It is well known the Kantian definition of knowledge as a result of the application of concepts of the understanding to objects of sensible intuition. We also know his thesis that the "categories are concepts which prescribe laws a priori to appearances, therefore to nature, as the set of all appearances" (KrV: B163). We aim to analyze in this article that ordered series of levels of knowledge by considering the specific role Kant assigns to each of the faculties of representation that compose the human cognitive apparatus and that contribute to the construction of knowledge as descriptions made principally at the KrV (AA 3:04), Anthropologie (AA 07), Logik (AA 09) and Vorlesungen (AA 24: ff.). We hold the position that these different levels of knowledge are due to increasing operational complexity provided, first, by the senses, so they get the disconnected multiple of intuition in a merely passive way, and then by imagination that develop spontaneously a set of synthesis subjectively unified, building appearances [Erscheinungen] through the formation of images in space and association intuitions in time, to finally and with the collaboration of the understanding, which prescribes laws to nature (KrV: B165, B163, B159), to elaborate the empirical knowledge of the objects of experience or phenomena [Phaenomena], by the objective reunion of the multiplicity of appearances under rules of intellectual unity.
Keywords: Degrees of knowledge. Mind faculties. Cognitive operations. Not rational beings.
Data de registro:05/06/2013
Data de aceite: 08/07/2013
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