A relação entre a teoria do juízo e natureza humana em Kant

Autores/as

  • Daniel Omar Perez PUC-PR

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v27nEspeciala2013-p233a258

Palabras clave:

Kant, juízo, natureza humana, antropologia, semântica

Resumen

*Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas. Professor Titular de filosofia na PUC-PR e pesquisador do CNPq.

A relação entre a teoria do juízo e natureza humana em Kant

Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar a possibilidade de formular o problema da relação entre teoria do juízo e natureza humana em termos kantianos. Tradicionalmente a filosofia kantiana tem sido interpretada de diversos modos, muitos deles focando a Crítica como trabalho de fundamentação, e pouco ou nenhum lugar tem merecido a reflexão sobre a natureza humana. Entretanto, encontramos nas obras kantianas uma série de referências do "humano" que precisam ser levadas em consideração à hora de estudar a teoria do juízo, sua estrutura, validação e limite. Para alcançar tal fim, primeiro realizaremos uma reconstrução do percurso kantiano para localizar a pergunta fundamental da crítica como pergunta pela possibilidade do juízo. Em segundo lugar, apresentamos diferentes momentos da história das interpretações kantianas para mostrar a dificuldade de retornar à pergunta kantiana. Em terceiro lugar, mostraremos os diferentes momentos da obra kantiana onde temos elementos para considerar o problema da natureza humana como algo não meramente acidental. Finalmente, propomos a formulação do problema. O resultado não pretende apenas contribuir com a exegese kantiana, senão também com a possibilidade de aportar, a partir de uma matriz conceitual kantiana, com a questão contemporânea linguagem-natureza humana.

Palavras-chave: Kant. Juízo. Natureza humana. Antropologia. Semântica.

A relação entre a teoria do juízo e natureza humana em Kant

Abstract: The aim of this paper is to present the possibility of formulating the problem of the relationship between theory of judgment and human nature in Kantian terms. Traditionally the Kantian philosophy has been interpreted in various ways, many of them focusing the Critique as a foundation work, and little or no place has earned a reflection on human nature. However, we find in the Kantian works a range of references to "human" that need to be taken into consideration at the time of studying the theory of judgment, its structure, validation and limit. To achieve this purpose, we first will make a reconstruction of Kantian route to locate the fundamental question of the critique of as a question by the possibility of judgment. Second, we present different moments in the history of Kantian interpretations to show the difficulty of returning to the Kantian question. Thirdly, we show the different moments of the Kantian work where we have elements to consider the problem of human nature as something not merely accidental. Finally, we propose the formulation of the problem. The result intends to contribute not only to the Kantian exegesis, but also with the possibility of docking, from a Kantian conceptual matrix, with the contemporary question of language-human nature.

Keywords: Kant. Judgment. Human nature. Anthropology. Semantic.

Data de registro:27/05/2013

Data de aceite: 08/07/2013

Referências: 

BRANDT, R. Kommentar zu Kants Anthropologie in pragmatischer Hinsicht. Hamburg: Meiner, 1999.

______; STARK, W. Einleitung. In: KANT, I. Kants Gesammelte Schriften. Berlin: W. de Gruyter, 1997.

FERREIRA, M. C. Johann August Eberhard. Estudo introdutório, notas e bibliografia. In: GIL, F. (Org.). Recepção da crítica da razão pura. Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844).Lisboa: Fundação Calouste Gubenkian, 1992.

FIRLA, M. Untersuchungen zum Verhältnis von Anthropologie und Moralphilosophie bei Kant. Frankfurt; Bern: Peter Lang, 1981.

FOUCAULT, M. Una lectura de Kant. Introducción a la antropología en sentido pragmático.Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2009.

FRIERSON, P. Character and evil in Kant's Moral Anthropology. Journal of History of Philosophy, v. 44, n. 4, p 623-634, Oct. 2006.

______. The moral importance of Politeness in Kant's Anthropology. Kantian Review, v. 9, p. 105-127. 2005.

______ Freedom and anthropology in Kant's moral philosophy (freedom). New York: Cambridge University Press, 2003.

GEONGET, B. L ÌInfluence de Jean-Jacques Rousseau sur Kant: mythe ou rèalité?In: FERRARI, J. L ÌAnnée 1798 Kant et la naissance de l ÌAnthropologie au siècle des Lumières. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, p. 43-46. 1997.

GUYER, P. Moral anthropology in Kant Ìs aesthetics and ethics: a reply to Ameriks and Sherman. Philosophy and Phenomenological Research. v. LV, n. 2, p. 379-391. 1995.

HANNA, R. Kant and the foundations of analitic philosophy. New York: Oxford University Press, 2001.

______. Kant, Science and human nature.New York: Oxford University Press, 2006.

HEIDEGGER, M. La pregunta por la cosa. La doctrina kantiana de los principios trascendentales.Buenos Aires: Editorial Alfa, 1975.

______. Kant y el problema de la metafísica. México: Fondo de Cultura Económica, 1986.

AINSKE, N. Kants Idee der Anthropologie. In: Heinrich Rombach (Ed.). Die Frage nach dem Menschen. Munich: Alber, 1966.

HORGREBE, W. Kant und das Problem einer transzendentalen Semantik. München: Verlag Karl Alber Freiburg, 1974.

JACOBS, B. Kantian Character and the Science of Humanity. In: JACOBS, B.; KAIN, P. (Ed.). Essays on Kant's Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, p. 105-134, 2003a.

KANT, I. Kant's Gesammelte Schriften. Berlin: Walter de Gruyter & Co, 1902.

JACOBS, B.; KAIN, P. (Ed.). Essays on Kant's Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 2003b.

KUEHN, M. Kant. A Biography. Nova York: Cambridge University Press, 2002.

LAFRANCE, Guy De Rousseau à Kant à propos de L ÌAnthropologie. In: FERRARI, J. L ÌAnnée 1798 Kant et la naissance de l ÌAnthropologie au siècle des Lumières. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, p. 33-41, 1997.

LEHMANN, G. Voraussetzungen und Grenzen systematischer Kantinterpretation. In: ______. Beitrage zur Geschichte und Interpretation der Philosophie Kants. Berlin: Walter de Gruyter & Co, p. 89-116, 1969.

LONGUENESSE, B. Kant and the capacity to judge.Princeton: Princeton University press, 1998.

______. Kant on the human standpoint.New York: Cambridge University Press, 2005.

LOPARIC, Z. A semântica transcendental de Kant. Campinas: Coleção CLE, v. 41.3. ed., 2005, 1. ed., 2000.

LOUDEN, R. Kant's Impure Ethics.New York: Oxford University Press, 2000.

______. The second part of moral: Kant's Moral Anthropology and its relationship to his metaphysics of moral. RevistaKant e-prints, 2002, Disponível em: <ftp://logica.cle.unicamp.br/pub/kant-e-prints/Louden.pdf>; versão em português Revista etic@ v.1, n. 1, p. 27-46, Jun 2002. Publicado também como capítulo de livro In: JACOBS, B.; KAIN, P. (Ed.). Essays on Kant's Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. p. 60-84.

MARKET, O. Kant e a recepção da sua obra até aos alvores do séculoXX.In: GIL, F (Org.). Recepção da crítica da razão pura. Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844).Lisboa: Fundação Calouste Gubenkian, 1992.

PEREZ, D. O. Dois séculos de leitura de Kant no Brasil. In: PEREZ, D.O. Kant no Brasil. São Paulo: Editora Escuta, 2005. p. 7-22.

______. Kant e o problema da significação. Curitiba: Champagnat, 2008.

______. A loucura como questão semântica: uma interpretação kantiana. Trans/Form/Ação, Marília, v. 32, p. 95-117. 2009.

______; BONACCINI, J. A. On Kantian Studies and Kant's influence in Brazil. Revista Kant e-prints, v. 4, n. 1, p. 23-41. 2009.

_______. Religión, Política y Medicina en Kant: El conflicto de las proposiciones. Cinta de Moebio. Revista de Epistemologia de Ciencias Sociales, v. 28, p. 91-103. 2007.

______. Kant e o problema da significaçãoCuritiba: Editora Champagnat,

2008a.

______. La responsabilidad no-recíproca y desigual. Una interpretación kantiana. In: MICHELINI, D.; KUHLMANN, W.; DAMIANI, A. (Org.). Ética del discurso y globalización. Corresponsabilidad solidaria en un mundo global intercultural. v. 1. 1 ed. Rio Cuarto: Ediciones del Icala, 2008b. p. 49-59.

______. A Antropologia Pragmática como parte da razão prática em sentido kantiano. Manuscrito, UNICAMP, v. 32, p. 357-397. 2009b.

______. El cuerpo y la ley: de la idea de humanidad kantiana a la ética del deseo en Lacan. Revista de Filosofia, Aurora, PUCPR (Impresso), v. 21, p. 481-501. 2009c.

______. O sexo e a lei em Kant e a ética do desejo em Lacan. Adverbum, Campinas, v. 4, p. 104-112. 2009d.

______. Ética y Antropologia o el kantismo de Maliandi. In: MICHELINI, D. J.; HESSE, R.; WESTER, J. (Org.). Ética del Discurso. La pragmática trascendental y sus implicancias prácticas. v. 1. Rio Cuarto: Ediciones del Icala, 2009e. p. 107-115.

______. A proposição fundamental da antropologia pragmática e o conceito de cidadão do mundo em Kant. Coleção CLE, Campinas, v. 57, p. 313-333. 2010a.

______. El ódio al vecino o: se puede amar al prójimo? Un diálogo con los conceptos de responsabilidad y solidaridad de Dorando Michelini. In: FORNARI, A.; ZAVALA, C. P.; WESTTER, J. (Org.). La razón en tiempos difíciles.1. ed. v. 1. Rio Cuarto - Argentina: Universidad Católica de Santa Fe - Ediciones del Icala, 2010b. p. 29-36.

NOBBE, F. Kants Frage nach dem Mensch: Die Kritik der ästetischen Urteilskraft als transzendentale Anthropologie. Frankfurt a. M.: P. Lang, 1995.

SCHMIDT, C. M. The Anthropological dimension of Kant's Metaphysical of Morals. Kant-Studien, n. 96, p. 66-84. 2005.

______. Kant Ìs transcendental, empirical, pragmatic and moral anthropology. Kant-Studien, n. 98, p. 156-182. 2007.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. São Paulo: Unesp, 2005.

STARK, W. Historical notes and interpretive about Kant's lectures on anthropology. In: JACOBS, B.; KAIN, P. (Ed.). Essays on Kant's Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. p. 15-37.

VAN DE PITTE, F. Kant as Philosophical Anthropologist. The Hague: Martins Nijhaff, 1971.

WILSON, H. L. Kant Ìs integration of morality and anthropology.Kant-Studien, n. 88, p. 87-104. 1997.

______. Kant's Pragmatic Anthropology. Its origin, meaning, and critical significance. New York: State Univeresity of New York Press, 2006.

WOOD, A. Kant and the problem of human nature. In: JACOBS, B.; KAIN, P. (Ed.). Essays on Kant's Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. p. 38-59.

______. Kant's ethical thought. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

ZAMMITO J. H. Kant, Herder, and the birth of Anthropology.Chicago: University of Chicago Press, 2002.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Publicado

2013-07-16

Cómo citar

PEREZ, D. O. A relação entre a teoria do juízo e natureza humana em Kant. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 27, n. n. ESP, p. 233–258, 2013. DOI: 10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v27nEspeciala2013-p233a258. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/22778. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê Filosofia