Morituri te salutant. Schopenhauer e Nietzsche em face da morte
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v19n38a2005-559Palavras-chave:
Schopenhauer, Nietzsche, Morte, Finitude, MetafísicaResumo
A vida nos é amarga, breve e incerta — e a morte é, por assim dizer, seu flagrante demonstrativo — muito embora apareça como um bem supremo aos olhos da cega vontade de viver. Eis porque, para Schopenhauer, nos deveria parecer preferível renunciar à ilusão de nossa individualidade. Nietzsche vira o jogo e afirma simplesmente a vida como bem supremo: ilusório é o saber que nos faz a vida parecer um sonho penoso, menos desejável até que o não ser da morte. E, contudo, não deixa de girar no vazio esta reviravolta da negação para a afirmação jubilosa de uma existência cujos padecimentos objetivos, impostos ao indivíduo isolado, não dependem exclusivamente dele, mas se prendem a um sistema de vida social que não se põe em questão.
Palavras-chave: Schopenhauer; Nietzsche; Morte; Finitude; Metafísica.
Abstract: Life is bitter, short and uncertain — and death is, in a way, its obvious demonstration — although it may seem a supreme good to the eyes of the blind Will to live. Thays why, for Schopenhauer, it would be preferable that we renounce to the illusion of our individuality. Nietzsche turns the table and states life as simply a supreme good: delusive is the knowledge that makes life seem to us a burdensome dream, less desirable than the denial of death. However, the overturn of denial makes no sense to a content statement of an existence whose objective sufferings, imposed to the isolated individual, do not depend exclusively on him, but are attached to a system of social life that is not questioned.
Keywords: Schopenhauer; Nietzsche; Death; Finiteness; Metaphysics.
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