Especificidades e usos da noção de signo em A Arqueologia do Saber

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v35n74a2021-54824

Palavras-chave:

Signo, Discurso, Foucault, Análise Arqueológica do Discurso

Resumo

Resumo: O reconhecimento da noção do signo em diferentes domínios do saber com significados, sentidos e usos diversos sinaliza sua relevância estruturante e operante nos processos de produção do conhecimento, da comunicação e da sociabilidade humana. Considerando esse fato, o presente ensaio objetivou identificar e localizar as formas de aparecimento da noção de signo em A Arqueologia do Saber (2008), a fim de analisar e sistematizar seu status na Análise Arqueológica do Discurso – AAD – e de refletir sobre ele. Recorrendo à própria AAD para escandir o referido livro, verificamos que Foucault tocou, inúmeras vezes e de modos diferenciados, na questão do signo, sempre em conexão com a problemática do discurso, seja como uma estratégia de sua elisão, seja como limiar de sua constituição. O ensaio concluiu que Foucault operou, em A Arqueologia do Saber (2008), um deslocamento do sentido e do uso corrente da noção de signo para a de discurso-enunciado, como uma formação discursiva fundamental para os estudos e as pesquisas analítico-arqueológicas.

Palavras-chave: Signo; Discurso; Foucault; Análise Arqueológica do Discurso

Specificities and uses of the notion of sign in The Knowledge Archeology

Abstract: The recognition of sign notion in different domains of knowledge with meanings, senses and many uses, signalize its structuring relevance and operant in the knowledge production processes, communication and human sociability. Considering this fact, this essay had as objective identify and localize the ways of appearance of sign notion in the Knowledge Archeology (2008), in order to reflect, analyze and systematize its status in Archaeological Discourse Analysis — ADA. Using ADA itself to scan the referred book, it was verified that Foucault touched in different ways in the sign question, Always in conexion with the discourse problematic, such as an elision strategy or as threshold of its constitution. The essay concluded that Foucault operated in Knowledge Archeology (2008) a displacement of meaning and current use of sign notion to the speech-utterance, as a fundamental discursive formation to the studies and analytical archaeological researches.

Key-words: Achaeological Discourse Analysis; Foucault; Sign; Speech

Especificidades y usos de la noción de signo en La Arqueología del conocimiento

Resumen: El reconocimiento de la noción de signo en diferentes dominios del conocimiento con significados, sentidos y muchos usos, señala su relevancia estructurante y operante en los procesos de producción de conocimiento, comunicación y sociabilidad humana. Teniendo en cuenta este hecho, este ensayo tuvo como objetivo identificar y localizar las formas de aparición de la noción de signo en la Knowledge Archaeology (2008), para reflejar, analizar y sistematizar su estado en el Análisis del Discurso Arqueológico - ADA. Utilizando la propia ADA para escanear el referido libro, se verificó que Foucault tocó de diferentes maneras la pregunta del signo, siempre en relación con la problemática del discurso, como una estrategia de elisión o como umbral de su constitución. El ensayo concluyó que Foucault operaba en Knowledge Archaeology (2008) un desplazamiento del significado y el uso actual de la noción de signos a la expresión oral, como una formación discursiva fundamental para los estudios y las investigaciones arqueológicas analíticas. 

Palabras-clave: Análisis del discurso arqueológico; Foucault Firmar; Habla

Data de registro: 17/05/2020

Data de aceite: 22/09/2021

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Erenildo João Carlos, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

* Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: erenildojc@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3119274144159124  ORCID: http://orcid.org/0000-0001-7272-2748.

Referências

ALCANTARA, Marcos Angelus Miranda de; CARLOS, Erenildo João. Análise Arqueológica do Discurso: uma alternativa de investigação na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Intersecções: Revista de Estudos sobre Práticas Discursivas e Textuais, Jundiaí, v. 11, n. 3, nov. 2013, p. 59-75. Disponível em: <http://www.portal.anchieta.br/revistas-e-livros/interseccoes/pdf/interseccoes_ano_6_numero_3.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2014.

BAKITIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Trad. Michel Laurd e Yara Frateschi Vieira. 7. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1995.

BARTHES, Rolando. Elementos de Semiologia. Trad. Izidoro Blikstein. 10. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,1998.

CARLOS, Erenildo João. Achados sobre a noção arqueológica do discurso em Foucault. Revista Dialectus, Ano 4, n.11, p. 176-191, ago./dez, 2017. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/dialectus/article/view/31008/71632. Acesso em: 8 mar. 2019. https://doi.org/10.30611/2017n11id31008

ELIADE, Mircea. Imagens e símbolos: ensaio sobre o simbolismo mágico-religioso. Trad. Sônia C. Tamer. São Paulo: Martins Fontes – selo Martins, 1991.

FAHEINA, E. F. A. O pensamento arqueológico de Michel Foucault sobre materialidade e referencial. Conjectura: Filosofia e Educação (UCS), v. 25, p. 1-11, 2020. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/7119. Acesso em: 15 mai. 2020. https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e020001

FOUCAULT, Michel. O discurso não deve ser considerado como (1978). In: Ditos e escritos, V. III, FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque; J. A. Gilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. Resumo dos Cursos do College de France (1970-1982). Trad. Andrea Daher. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Trad. Salma Tammus Muchail. 8. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. 15. ed., São Paulo: Edições Loyola, 2007.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Trad. de Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

FOUCAULT, Michel. História da loucura: na idade clássica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: perspectiva, 2014.

JUNG, Carl R. O homem e seus símbolos. Trad. Maria Lúcia Pinho. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 2. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1995.

PEIRCE, Charles S. Semiótica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva, 2005.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Trad. Antônio Chelini e outros. 12. Ed. São Paulo, SP: Cultrix, 1996.

Downloads

Publicado

2021-11-09

Como Citar

JOÃO CARLOS, E. Especificidades e usos da noção de signo em A Arqueologia do Saber. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 35, n. 74, p. 617–642, 2021. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v35n74a2021-54824. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/54824. Acesso em: 26 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos