NOTAS SOBRE O ARGUMENTO DA LOUCURA NA PRIMEIRA MEDITAÇÃO

Autores

  • Ethel Menezes da Rocha Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v25nEspeciala2011-05

Palavras-chave:

Argumento da loucura. Hipótese do sonho. Hipótese do Deus Enganador.

Resumo

** Professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ)

Notas sobre o argumento da loucura naprimeira meditação

Resumo: O objetivo desse artigo é argumentar em favor da tese interpretativa segundoa qual nas Meditações Metafísicas Descartes, na Primeira Meditação,não recusa o argumento da loucura mas, ao contrário, utiliza-o em umaforma mais radical. Mais ainda, segundo a leitura a ser aqui defendida, oargumento da loucura em sua forma mais radical é absolutamente necessáriopara a eficácia da dúvida cartesiana. Através das hipóteses do sonho e doDeus Enganador, Descartes anula o aspecto individual, particular doargumento da loucura radicalizando-o. Ao admitir com essas hipóteses apossibilidade de todo homem fabricar seus próprios "dados sensíveis" eexercer a razão de modo incoerente, como o que ocorre com o louco,Descartes pode, ao final da Primeira Meditação, pôr em questão todo equalquer critério de evidência.

Palavras-chave: Argumento da loucura. Hipótese do sonho. Hipótesedo Deus Enganador.

Abstract: The purpose of this article is to contend for the reading of the Meditationson First Philosophy according to which Descartes in the First Meditationdoes not reject madness as an argument but, indeed, uses it in an evenmore radical form. Furthermore, according to the reading here defended, the possibility of madness in its radical form is absolutely necessary for the efficacy of Cartesian doubt. Through the dream argument and the hypothesis of a Deceiving God, Descartes annuls the individual feature of madness, which allows him to appeal to a more radical version of it. Through these arguments, the possibility arises that, just like madmen, every man fabricates his own "sense data" and thinks incoherently, and this is what makes it possible for Descartes to question all criteria of evidence at the end of the First Meditation.

Keywords: Argument of madness. Dream hypothesis. Hypothesis of a Deceiving God.

Referências:

DERRIDA, J. L'écriture et la difference. Paris: Édition du Seuil, 1967.

DESCARTES, R. Oeuvres de Descartes, Edição de Por Charles Adam e Paul Tannery. Paris: Libraire Philosophique J. Vrin, 1973-1982.

FOUCAULT, M. Folie et déraison: Histoire dela folie à l'âge classique. Paris: Plon, 1961.

______. My body, this paper, this fire. In: Oxford Literay Review. n. 1. 1979. v. 4.

Data de registro: 18/07/2011

Data de aceite: 24/08/2011

 

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Biografia do Autor

Ethel Menezes da Rocha, Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

E-mail: ethel.rocha55@gmail.com

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Publicado

2015-04-27

Como Citar

DA ROCHA, E. M. NOTAS SOBRE O ARGUMENTO DA LOUCURA NA PRIMEIRA MEDITAÇÃO. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 25, n. n.ESP, p. 103–116, 2015. DOI: 10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v25nEspeciala2011-05. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/30005. Acesso em: 26 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Descartes e o Grande Século