Identidade e configuração remuneratória de trabalhadoras da Educação Infantil em quatro municípios da região metropolitana de Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.14393/REPOD-v14n3a2025-78510Palavras-chave:
Educação Infantil, Identidade docente, Paulo Freire, Remuneração docente, Políticas PúblicasResumo
Este artigo analisa a identidade e a configuração remuneratória de profissionais da Educação Infantil em quatro municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte–MG, a partir de dados obtidos junto ao Programa Erês (2024–2025). Inspirado na metáfora de Sísifo utilizada por Fulvia Rosemberg e nas concepções de Paulo Freire, o texto discute a construção da identidade docente como processo atravessado por relações de classe, raça e gênero, com ênfase na luta política por reconhecimento e valorização. A problemática do estudo consiste em investigar: Como se apresenta a identidade e a configuração de remuneração dos profissionais da Educação Infantil, em quatro municípios de Belo Horizonte, em relação ao Programa Erês? A análise dos dados de 1.223 cursistas revela a predominância de mulheres negras, atuantes majoritariamente na rede pública e com alta escolaridade. Porém, observam-se desigualdades salariais, maior precarização nas redes conveniadas e privadas, e baixa presença de remuneração compatível à complexidade do trabalho docente. A articulação entre teoria e dados empíricos reforça a necessidade de fortalecer políticas públicas que confiram valor à docência na Educação Infantil como profissão e como prática social emancipatória.
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