A avaliação em larga escala e a legitimação da colonialidade global

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.14393/REPOD-v11n3a2022-65289

Mots-clés :

Avaliação, Colonialidade/Decolonialidade, Epistemologia, Política

Résumé

Este estudo analisa as avaliações em larga escala e suas formas de legitimar a dominação de poder neoliberal. Articula os estudos sobre a colonialidade, decolonialidade e avaliação externa, problematizando como as avaliações em larga escala legitimam instâncias de poder colonialista na educação. Possui caráter bibliográfico pautado pelas contribuições teóricas do grupo latino-americano (M/C/D) como: Dussel (1993), Mignolo (2007; 2009) e Quijano (1992; 2005; 2009), bem como dos estudos sobre estado e avaliação de Afonso (2000; 2013; 2015), Dias Sobrinho (2002), dentre outros. Discute a possibilidade de uma avaliação decolonial, apontando que as avaliações externas legitimam um processo avaliativo colonizador de poderio neoliberal, cujo modelo exclui culturas e saberes de identidades criadas no mundo colonial.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Statistiques

Chargement des statistiques…

Références

AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação. São Paulo: Cortez, 2000.

AFONSO, A. J. Mudanças no Estado-avaliador: comparativismo internacional e teoria da modernização revisitada. Revista Brasileira de Educação, vol. 18, nº 53, pp. 267-284. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/bBY4jtTrbmqnxmRcJrQkpqj/?lang=pt. Acesso em: 14 out. 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782013000200002.

AFONSO, A. J. Reflexões pós-coloniais em torno da avaliação em educação. Políticas e práxis da Educação nas perspectivas e em contextos pós-coloniais. 2015. Disponível em: https://core.ac.uk/download/154276884.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.

ALVES, E. F.; ASSIS, L. M. de. Qualidade educacional e Ideb: uma análise dos Planos de Educação de Goiás e de São Luís de Montes Belos em contraponto à percepção dos professores dessa Rede Municipal de Ensino. Jornal de Políticas Educacionais. v. 12, n. 7., 2018.

AMARO, I. Avaliação externa da escola: repercussões, tensões e possibilidades. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 24, n. 54, p.32-55, jan./abr. 2013.

AZEVEDO, J. C. de. Educação pública: o desafio da qualidade. Estudos Avançados [on-line]. 2007, v. 21, n. 60, pp. 7-26. Epub 06 nov 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/wDXhJk7c86XDXfh8D6QpXyn/?lang=pt. Acesso em 10 mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142007000200002.

BRIGHENTI, C. A. Desafios para a educação escolar específica em contextos de políticas universalizantes. Revista grifos, n. 41, 2016. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/grifos/article/view/3664. Acesso em: 12 out. 2021. DOI: https://doi.org/10.22295/grifos.v25i41.3664.

CARNEIRO, S. A. A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. 339 f. 2005. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo: 2005.

CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar. 2007. p. 09-23.

COELHO, M. I. de M. Vinte anos de avaliação da educação básica no Brasil: aprendizagens e desafios. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.16, n.59, p. 229-258, 2008.

DIAS SOBRINHO, J. Universidade e avaliação entre a ética e o mercado. Florianópolis: Insular, 2002.

DUSSEL, E. El encubrimientodel outro. Hacia el origen del mito de la modernidade. La paz: Plural Editores –Centro de Información pera eldesarollo, 1993.

GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. In: SANTOS, Boaventura de Sousa e MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

HABERMAS, J. A nova intransparência: a crise do estado de bem-estar social e o esgotamento das energias utópicas. Novos Estudos, n. 18, set./1987.

MALDONADO-TORRES, N. A topologia do ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

MIGNOLO, W. D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 287-324, 2008.

MIGNOLO, W. D. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon (Orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar. 2007. p. 25-46.

QUIJANO, A. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, Lima, v. 13, n. 29, p.11-20. 1992.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2005.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B.S.; MENEZES, M. P. (org.). Epistemologias do Sul. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLacso. 2009. p. 73-117.

RIBEIRO, A.; GASPARINI, M. F. V. Para decolonizar a avaliação: uma análise crítica a partir da teoria da decolonialidade. Revista Brasileira de Avaliação, v. 10, n.1, p. 1-9, jun., 2021. Disponível em: https://www.rbaval.org.br/article/doi/10.4322/rbaval202110006. Acesso em: 12 out. 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.4322/rbaval202110006.

SANFELICE, J. L. Reforma do Estado e da educação no Brasil de FHC. Educ. Soc., Campinas, SP, v. 24, n. 85, p. 1391-1398, dez., 2003.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal. In: SANTOS, Boaventura de Souza; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SCHNEIDER, M. P.; RIBEIRO, Elina Renilde de Oliveira. Contornos do Estado Avaliador no Brasil. Estud. Aval. Educ. São Paulo, v. 31, n. 78, p. 723-741, set./dez. 2020.

VILLANI, M.; OLIVEIRA, D. A. Avaliação Nacional e Internacional no Brasil: os vínculos entre o PISA e o IDEB. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 43, n. 4, p. 1343-1362, out/dez. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/7BLgKmGCDYCQtqQsgJwMnHD/abstract/?lang=pt. Acesso em: 29 jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-623684893.

WALSH, C. Interculturalidad y (de)colonialidad: Perspectivas críticas y políticas. Visão Global, Joaçaba, v. 15, n. 1-2, p. 61-74, jan./dez. 2012.

WERLE, F. O. C. Políticas de avaliação em larga escala na educação básica: do controle de resultados à intervenção nos processos de operacionalização do ensino. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. 2011, v. 19, n. 73, pp. 769-792. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/KnxbVPCbHDBHKzHXwh66vkz/?lang=pt. Acesso em: 10 de mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40362011000500003.

Téléchargements

Publié-e

2022-07-13

Comment citer

MACHADO, R. N. da S.; MACHADO, Áurea R. dos P.; SOBRINHO, A.; PÁDUA, M. L. de. A avaliação em larga escala e a legitimação da colonialidade global. Revista Educação e Políticas em Debate, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 959–978, 2022. DOI: 10.14393/REPOD-v11n3a2022-65289. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/65289. Acesso em: 23 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

DOSSIÊ - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE DO CAPITALISMO GLOBAL