Abordagem Estatística Aplicada à Investigação de Deformações Associadas ao Efeito de Carga Hidrológica na Amazônia Brasileira
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Resumo
Pontos da superfície terrestre estão sujeitos a deslocamentos causados por fenômenos geodinâmicos e de deformação, tais como: o movimento de placa, a atividade vulcânica, a carga hidrológica etc. Nesse sentido, as investigações do efeito da carga hidrológica têm se concentrado nas deformações associadas às componentes verticais. Entretanto, devido à viscoelasticidade da Terra, tais deformações também afetam as componentes horizontais (planimétricas). Assim sendo, objetiva-se com este trabalho investigar as deformações ocorridas em duas estações da RBMC (NAUS e AMBC) que margeiam o Rio Negro, na Amazônia brasileira, fundamentando-se em análises estatísticas de tendência e periodicidade (sazonalidade e ciclo) das séries temporais posicionais e de cotas linimétricas.
Observou-se que em ambas as estações as componentes Δn e Δe apresentaram tendência (deformação contínua) significativa, o que não ocorreu para a componente Δu. Taxas de deformação contínua de 0,01198 e -0,00347 m/ano e de 0,01084 e -0,00476 m/ano foram observadas para Δn e Δe das estações NAUS e AMBC, respectivamente. As deformações periódicas de Δn e Δu da NAUS apresentaram lag sazonal similar ao das cotas linimétricas (365,2 dias), o que não ocorreu para Δe (1217,2 dias). Os extremos de tais deformações ocorrem anteriormente aos picos das cheias em 100% dos anos para Δn e 90% para Δu e, posteriormente aos vales das secas, em 80% dos anos em Δn e Δu. Por fim, os extremos das deformações periódicas de Δn e Δu da AMBC ocorreram antes dos picos e vales em 100% dos anos. O contrário foi observado para Δe em 100% dos anos.
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