Subjetivação política e educação popular

uma análise do conceito de processo de subjetivação política e sua potência para práticas de educação popular em saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2025-75443

Palavras-chave:

Educação em saúde, Empoderamento, Participação social

Resumo

A extensão universitária é um dos pilares da formação acadêmica, promovendo a interação entre docentes, discentes e comunidade externa. Neste artigo, são apresentados os resultados de uma pesquisa sobre as bases epistêmicas das práticas de extensão universitária orientadas pela educação popular em saúde, com base em reflexões sobre o processo de subjetivação política. O método adotado contou com uma revisão integrativa da literatura científica e a análise de conteúdo. Foram analisados o corpus, os conceitos, a compatibilidade e a aplicabilidade de um corpora discursivo voltado para ações de extensão universitária popular em saúde. Os resultados indicam que o conceito de processo de subjetivação política converge com a proposta de partilha do sensível, emancipação social, libertação, participação popular, diálogo de saberes e democracia participativa, alinhando-se à perspectiva da educação popular em saúde. Conclui-se que esse conceito favorece a compreensão da essência da extensão popular em saúde, ao alinhar uma constelação conceitual voltada à formação acadêmica ético-política e ao enfrentamento das iniquidades sociais, violências e dilemas complexos que vulnerabilizam grupos sociais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jose Marcos da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutor em Direitos Humanos, Saúde Global e Políticas da Vida pela Fundação Oswaldo Cruz, Pernambuco, Brasil; professor na Universidade Federal de Pernambuco, Brasil; líder do Grupo de Pesquisa CNPq - Laboratório de Pesquisa e Ensino em Saúde e Educação na mesma instituição; líder do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Direitos Humanos, Colonialidade e Desigualdades na mesma instituição.

  • Amilson de Carvalho Gominho Filho, Universidade de Pernambuco

    Especialização em andamento em Residência Multiprofissional em Saúde Mental na Universidade de Pernambuco, Brasil.

Referências

ACOSTA, A. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária; Elefante, 2016.

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? Outra Travessia, Florianópolis, n. 5, p. 9-16, 2005. DOI 10.5007/%25x. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/12576. Acesso em: 19 set. 2025.

BANDEIRA, Y. R. N. B. et al. As vozes de quem faz a saúde da família no sertão cearense: produção de um cordel como estratégia de educação popular em saúde. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 24, n. 1, p. 172-186, jan./abr. 2024. DOI 10.14393/REP-2024-69991. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/69991. Acesso em: 10 jun. 2025.

BONETTI, O. P.; CHAGAS, R. A.; SIQUEIRA, T. C. A. A Educação Popular em Saúde na Gestão Participativa do SUS: construindo uma política. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Estratégica e Participativa. (org.). II Caderno de educação popular em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. p. 16-24.

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF, 1990a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 19 set. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília, DF, 1990b. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm. Acesso em: 19 set. 2025.

CARNEIRO, F. F. et al. Vigilância Popular em Saúde: luta emancipatória pela vida ante o agronegócio na Chapada do Apodi-CE. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 48, n. esp. 1, p. e8715, ago. 2024. DOI 10.1590/2358-28982024E18715P. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/zNVZJSmrTJNzptbVzzjzdcN/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2025.

CRUZ, P. J. S. C.; SILVA, M. R. F.; PULGA, V. L. Educação popular e saúde nos processos formativos: desafios e perspectivas. Interface, Botucatu, v. 24, p. e200152, 2020. DOI 10.1590/Interface.200152. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/YVGkQJHk8pbwtrPkCTtvQSm/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2025.

DARON, V. L. P. A Educação Popular em Saúde como referencial para as nossas práticas na saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Estratégica e Participativa. (org.). II Caderno de educação popular em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. p. 123-146.

DIAS, R. N. D. et al. Aproximações entre a gestão democrática e a educação popular. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 24, n. 1, p. 20-37, jan./abr. 2024. DOI 10.14393/REP-2024-70511. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/70511. Acesso em: 10 jun. 2025.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 84. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2019.

GUIDOTTI, C. S.; HECKLER, V. Etnopesquisa-formação com professores de Ciências: uma proposição metodológica. Revista Insignare Scientia, Cerro Largo, v. 2, n. 4, p. 119-140, set./dez. 2019. DOI 10.36661/2595-4520.2019v2i4.11020. Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RIS/article/view/11020. Acesso em: 27 nov. 2025.

GUIMARÃES, R. M. et al. Vigilância civil em saúde, estudos de população e participação popular. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 46, n. esp. 4, p. 81-93, nov. 2022. DOI 10.1590/0103-11042022E406. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/W9b3y8ScyfXTTpsL45sJD4P/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2025.

LACLAU, E.; MOUFFE, C. Hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.

LIMA, A. L. S.; FERNANDES, T. M. D. Vitor Valla: uma vida de reflexão e militância em educação popular e saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 10, p. 3727-3732, 2019. DOI 10.1590/1413-812320182410.-00632019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/wQMZyntj8N7DrdWqqwHTMQy/. Acesso em: 10 jun. 2025.

LIMA, P. R. G. et al. A educação popular em saúde como estratégia fortalecedora do apoio matricial na atenção básica. Revista de Educação Popular, Uberlândia, p. 204-218, jul. 2020. DOI 10.14393/REP-2020-53288. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/53288. Acesso em: 10 jun. 2025.

MACHADO, F. V. Subjetivação política e identidade: contribuições de Jacques Rancière para a Psicologia Política. Psicologia Política, Florianópolis, v. 13, n. 27, p. 261-280, maio/ago. 2013. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1519-549X2013000200005. Acesso em: 10 jun. 2025.

MENDES, R. M.; MISKULIN, R. G. S. A análise de conteúdo como uma metodologia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 47, n. 165, p. 1044-1066, jul./set. 2017. DOI 10.1590/198053143988. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/ttbmyGkhjNF3Rn8XNQ5X3mC. Acesso em: 10 jun. 2025.

MENDONÇA, E. S. Entre políticas de adesão e políticas de transformação: construções e expressões de subjetivação política em jovens militantes. Olinda: Gráfica A Única; Recife: EDUPE, 2018.

MINAYO, M. C. S. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 621-626, 2012. DOI 10.1590/S1413-81232012000300007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/39YW8sMQhNzG5NmpGBtNMFf/?lang=pt. Acesso em: 11 maio 2022.

MONEDERO, J. C. Post-democracy? Against the pessimism of nostalgia, the optimism of disobedience. Cronos: Natal, v. 13, n. 2, jul./dez. 2012. Disponível em: https://share.google/cOD1mC5JJU2G5elWE. Acesso em: 19 set. 2025.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2016.

OLIVEIRA, S. S.; MACHADO, J. M. H.; CORADIN, C. Vigilância popular em saúde: conceitos, experiências e desafios no contexto brasileiro. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 28, p. e240304, 2024. DOI 10.1590/interface.240304. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/xBVHb9hJngH8P7mMHMBBLny/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2025.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. 2. ed. São Paulo: EXO Experimental, 2009.

RANCIÈRE, J. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.

RANCIÈRE, J. Política, polícia, democracia. Santiago: LOM Ediciones, 2006.

SILVA, J. C. S. A “permanência” da Política Nacional de Educação Popular em Saúde do SUS no Brasil contemporâneo: um contexto de relações de força e transformações sociais. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional em Saúde) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://arca.fiocruz.br/items/59d44ff9-84ea-412d-925e-d6ee94f2c0e9. Acesso em: 19 set. 2025.

SILVA, J. M.; ALMEIDA, D. H. Vigilância popular em saúde, extensão universitária e os saberes populares: experiências em torno do licenciamento de Belo Monte e do derramamento de petróleo em Pernambuco. Recife: UFPE, 2021.

SILVA, N. K.; LIMA, G. M.; SILVA, J. M. Educação popular em saúde sexual e reprodutiva: relato de experiência de um projeto de extensão universitária em promoção da saúde da mulher. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 22, n. 3, p. 271-282, set./dez. 2023. DOI 10.14393/REP-2023-69032. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/69032. Acesso em: 10 jun. 2025.

SOUSA, J. R.; SANTOS, S. C. M. Análise de conteúdo em pesquisa qualitativa: modo de pensar e de fazer. Pesquisa e Debate em Educação, Juiz de Fora, v. 10, n. 2, p. 1396-1416, jul./dez. 2020. DOI 10.34019/2237-9444.2020.v10.31559. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/RPDE/article/view/31559. Acesso em: 10 jun. 2025.

VALLA, V. V. Educação popular e conhecimento: a monitorização civil dos serviços de saúde e educação nas metrópoles brasileiras. In: VALLA, V. V.; STOTZ, E. N. (org.). Participação popular, educação e saúde: teoria e prática. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993. p. 106-116.

VALLA, V. V. Educação popular, saúde comunitária e apoio social numa conjuntura de globalização. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 7-14, 1999. DOI 10.1590/S0102-311X1999000600002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/mrWX8vNyWXWGwJ93WcpS7jc/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2025.

VALLA, V. V.; CARVALHO, M.; ASSIS, M. Participação popular e os serviços de saúde: o controle social como exercício da cidadania. Rio de Janeiro: PARES, 1993.

VALLA, V. V.; GUIMARÃES, M. B.; LACERDA, A. Construindo a resposta à proposta de educação e saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. (org.). Caderno de educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. p. 58-67.

Downloads

Publicado

23-12-2025

Como Citar

SILVA, Jose Marcos da; GOMINHO FILHO, Amilson de Carvalho. Subjetivação política e educação popular: uma análise do conceito de processo de subjetivação política e sua potência para práticas de educação popular em saúde. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 24, n. 3, p. 01–19, 2025. DOI: 10.14393/REP-2025-75443. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/75443. Acesso em: 26 dez. 2025.