A Terapia Comunitária Integrativa e a produção de felicidade que gera saúde e bem-estar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2024-70463

Palavras-chave:

Mulheres, Terapia Comunitária Integrativa, Atenção Primária à Saúde

Resumo

O objetivo deste trabalho foi analisar a experiência da Terapia Comunitária Integrativa no cotidiano das mulheres usuárias da atenção básica em saúde, considerando os pressupostos dela a partir de uma pesquisa realizada na periferia do município de Fortaleza, no ano de 2022, com 13 mulheres participantes do grupo de Terapia Comunitária Integrativa de uma unidade básica de saúde. Os dados foram coletados em duas oficinas, gravados e receberam tratamento com uso da técnica da análise de conteúdo do tipo temático-estrutural. Foi percebido que a felicidade e o bem-estar foram os conteúdos mais presentes nas falas das mulheres. Uma possível explicação para esses achados é que, ao se sentirem apoiadas, acolhidas e cuidadas, as participantes experimentaram com maior intensidade esses sentimentos. Os relatos individuais se entrelaçam e potencializam sentimentos conciliadores, fortalecendo o coletivo das participantes no contexto social. De certo, a Terapia Comunitária Integrativa não aponta soluções para todas as situações de conflitos, porém, ressignifica, encoraja e oferece mais autonomia para lidar com muitos dos seus dilemas. Concluiu-se que a Terapia Comunitária Integrativa é uma oferta potente, inovadora, factível, com resultados muito animadores, podendo ser utilizada como prática integrativa e complementar, fortalecendo a efetivação do Sistema Único de Saúde no Brasil.

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Biografia do Autor

Geovana Maria Santana Malheiro, Universidade Estadual do Ceará

Mestra em Saúde da Família pela Universidade Estadual do Ceará, Brasil; enfermeira da Estratégia de Saúde da Família do Município de Fortaleza, Ceará, Brasil.

Maria Rocineide Ferreira da Silva, Universidade Estadual do Ceará

Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Ceará; estágio pós-doutoral na Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil; professora adjunta na Universidade Estadual do Ceará, Brasil; membro do GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco; coordenadora geral da Articulação Interfederativa e Participativa (DGIP) do Ministério da Saúde.

Kilma Wanderley Lopes Gomes, Universidade Estadual do Ceará

Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará, Brasil; médica em Saúde da Família no município de Fortaleza, Ceará; professora na Universidade de Fortaleza; professora colaboradora da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf-UECE).

 

Vera Lúcia de Azevedo Dantas, Fundação Oswaldo Cruz

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará, Brasil; médica da Saúde da Família e coordenadora pedagógica na Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil; membro do GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco.

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Publicado

14-08-2024

Como Citar

MALHEIRO, G. M. S.; SILVA, M. R. F. da; GOMES, K. W. L.; DANTAS, V. L. de A. A Terapia Comunitária Integrativa e a produção de felicidade que gera saúde e bem-estar. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 23, n. 2, p. 86–100, 2024. DOI: 10.14393/REP-2024-70463. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/70463. Acesso em: 25 ago. 2024.

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