As lições de desencontros com o direito à saúde das mulheres camponesas
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2023-70402Palavras-chave:
Integralidade em saúde, Saúde da população rural, Saúde da mulherResumo
Este artigo tem como objetivo analisar as práticas de cuidado no cotidiano de mulheres no Assentamento Águas Mortas, no município de Sobral, Ceará. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com uso do estudo de caso como metodologia. A pesquisa aconteceu no período de 2017 a 2018, sendo a coleta de dados realizada de julho a dezembro de 2017, por meio de um roteiro de observação e entrevista semiestruturada com um grupo de 20 mulheres assentadas. As práticas narradas pelas mulheres denotam novas formas de pensar o cuidado associado às experiências de vida dos sujeitos, às criações e recriações de ações a partir do cotidiano, em que as práticas centradas no modelo hegemônico não são capazes de atender às reais vocalizações deles, quando se pensa a complexidade da subjetividade humana. Assim, é urgente atentar-se para as condições das mulheres que habitam no campo, com foco em práticas educativas e de cuidado singulares, considerando-se saberes e práticas existentes nas manifestações de cuidado.
Downloads
Referências
ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 1972.
ASENSI, F. D. Direito e saúde: três propostas para um direito material materialmente concebido. In: PINHEIRO, R.; SILVA JÚNIOR, A. G. (org.). Cidadania no cuidado: o universal e o comum na integralidade das ações de saúde. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2011. p. 71-84.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília, DF, 2004. 82 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf. Acesso em: 5 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.
CARNUT, L. Cuidado, integralidade e atenção primária: articulação essencial para refletir sobre o setor saúde no Brasil. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. 115, p. 1177-1186, 2017. DOI 10.1590/0103-1104201711515. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/DdWJGmS59ZWHTm59sXvsVCG/?lang=pt#. Acesso em: 27 abr. 2023.
COSTA, M. C.; LOPES, M. J. M; SOARES, J. S. F. Violence against rural women: gender and health actions. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 162-168, 2015. DOI 10.5935/1414-8145.20150022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/wtn3ZbpCSjLKk8TBQCF9ShB/?lang=en. Acesso em: 27 abr. 2023.
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1977.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. 8. ed. São Paulo: RECORD, 2004.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Em 2019, expectativa de vida era de 76,6 anos. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/29502-em-2019-expectativa-de-vida-era-de-76-6-anos. Acesso em: 23 jul. 2023.
MANERA, G.; MANUS, R. O. M. Mulheres e trabalho: uma trajetória jurídico-literária da desigualdade formal e representativa. Revista da Faculdade Mineira de Direito, Belo Horizonte, v. 24, n. 47, p. 3-14, 2021. DOI 10.5752/P.2318-7999.2021v24n47p3-20. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/Direito/article/view/26075. Acesso em: 27 abr. 2023.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
PESSOA, V. M.; ALMEIDA, M. M.; CARNEIRO, F. F. Como garantir o direito à saúde para as populações do campo, da floresta e das águas no Brasil? Saúde em Debate, v. 42, p. 302-314, 2018. DOI 10.1590/0103-11042018S120. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/KvG6XQP4YRDbNQm7fSK54DN/. Acesso em: 5 jan. 2023.
PINHEIRO, R. et al. (org.). Construção social da demanda por cuidado: revisando o direito à saúde, o trabalho em equipe, os espaços públicos e a participação. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2013.
PINHEIRO, R.; LUZ, M. T. Práticas eficazes x modelos ideais: ação e pensamento na construção da integralidade. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (org.). Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2007. p.
PIRES-ALVES, F. A.; CUETO, M. A década de alma-ata: a crise do desenvolvimento e a saúde internacional. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 7, p. 2135-2144, 2017. DOI 10.1590/1413-81232017227.02032017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/dBdyjfpLHpKbttzcv4VfJcM/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 4 jan. 2023.
ROCHA, M. M.; RIGOTTO, R. M. Produção de vulnerabilidades em saúde: o trabalho das mulheres em empresas agrícolas da Chapada do Apodi, Ceará. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 41, p. 63-79, 2017. DOI 10.1590/0103-11042017S206. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/8sHrWvR48V6wCrG3z6ZzCpq/?lang=pt. Acesso em: 27 abr. 2023.
SOUTO, K.; MOREIRA, M. R. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: protagonismo do movimento de mulheres. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 45, n. 130, p. 832-846, 2021. DOI 10.1590/0103-1104202113020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/4JncpcMDZ7TQ9Hd7dkMPMpt/?lang=pt. Acesso em: 27 abr. 2023.
SOUZA, M. S. Questão agrária e direito à saúde: o lugar da saúde no projeto político do Movimento Sindical de Trabalhadores(as) Rurais. 2013. Dissertação (Mestrado em Política Social) – Programa de Pós-graduação em Política Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: https://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/2013_MariaSocorroSouza.pdf. Acesso em: 4 jan. 2023.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Neíres Alves de Freitas, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Roseni Pinheiro, Karine da Silva Oliveira, Elem Juliana Silva Santana, Mikaele Alves Freitas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam em manter os direitos autorais e conceder à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.