Rever Antígona em 2084
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v40-2024-40Palavras-chave:
Anacronismo, Justiça, Sófocles, Anouilh, ZambranoResumo
Antígona 2084 é uma produção do brasileiro Rubens Siqueira, escrita e levada à cena em 2013. Assenta numa estranha harmonia entre o modelo sofocliano e o que poderíamos chamar ficção científica situada em 2084. De onde se infere que o anacronismo é uma estratégia essencial no suporte da intriga. Dos diferentes motivos que alimentaram a Antígona de Sófocles, a tónica preferencial na versão brasileira é de natureza política. Creonte, como paradigma do ditador, ganha por isso uma grande visibilidade. Além de todas as suas pechas de tirano, uma se acrescenta em função do próprio suporte anacrónico da peça: o ‘mandatário da nação’ é um robot, que funciona por cabos e órgãos biónicos, carentes daquela humanidade que a técnica ameaça irremediavelmente.Downloads
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