A luta pela terra em Mato Grosso do Sul e a manutenção do latifúndio
uma análise sobre ocupações, reforma agrária e estrutura fundiária
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164207Resumo
Este trabalho deriva de discussões e análises realizadas no Grupo de Estudos Terra e Território (GETT), vinculado ao Laboratório de Geografia Agrária (GEOAGRÁRIA), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Três Lagoas (MS) e das ações do projeto DATALUTA/MS, vinculado à Rede DATALUTA nacional. Objetiva-se analisar a questão agrária em Mato Grosso do Sul na atualidade, discutindo dados sobre o uso da terra, estrutura fundiária, luta pela terra e Reforma Agrária, evidenciando os problemas agrários resultantes do processo de ocupação e da conversão de terras públicas e de povos indígenas em terra privada. Fundamenta-se em pressupostos teóricos relacionados aos problemas decorrentes do desenvolvimento do capitalismo no campo e da luta de classes, inerentes à questão agrária. Para subsidiar as discussões, foram utilizados dados sobre ocupações de terras e criação de assentamentos do Banco de dados da Luta pela Terra (DATALUTA). Estes dados, sistematizados em gráficos, possibilitaram a análise da dinâmica da luta pela terra em Mato Grosso do Sul. Somam-se ainda dados sobre a estrutura fundiária obtidos junto ao DATALUTA e uma segunda base georreferenciada do INCRA. Os dados apresentados evidenciam a potência devastadora do monopólio da propriedade capitalista da terra em Mato Grosso do Sul e seus impactos na luta dos movimentos socioterritoriais pela Reforma Agrária.