Política de avaliação externa: o discurso da qualidade ou a qualidade do discurso?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REPOD-v10n3a2021-61083

Palavras-chave:

Políticas Públicas de avaliação externa, Qualidade do desempenho escolar, Performatividade

Resumo

Este artigo aborda o discurso da qualidade da política de avaliação externa e a qualidade do discurso da escola com base no que se entende por qualidade da educação na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e no texto da política de avaliação externa. As peculiaridades de cada escola tendem a dificultar a interpretação do texto da política, sobretudo em relação à qualidade, por ser um conceito relacional, de modo que traduzir políticas em práticas implica sua recriação em face de contextos distintos e por diferentes sujeitos. Assim, o discurso de qualidade nem sempre ganha forma e poder naquilo que o texto enuncia, mas na representação discursiva dos que atuam na escola.

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Biografia do Autor

Rozemeiry dos Santos Marques Moreira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Brasil

Doutora de Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Docente do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campus de Três Lagoas-Mato Grosso do Sul. Brasil.

Waléria Andrade Martins, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Brasil

Doutora de Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Docente do Curso de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campus de Três Lagoas-Mato Grosso do Sul. Brasil.

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Publicado

2021-10-01

Como Citar

MOREIRA, R. dos S. M. .; MARTINS, W. A. . Política de avaliação externa: o discurso da qualidade ou a qualidade do discurso?. Revista Educação e Políticas em Debate, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 1263–1277, 2021. DOI: 10.14393/REPOD-v10n3a2021-61083. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/61083. Acesso em: 26 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Demanda Contínua