Territorialização do mst no sudeste paraense a partir da construção dos projetos de assentamentos
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164001Resumo
A realidade do sudeste paraense é impactada diretamente pela hegemonia do agronegócio e da mineração, os quais recebem fortes incentivos estatais, seja via créditos seja via construção de infraestruturas que facilitam a produção e o escoamento da produção. Essa ampliação das commodities significa uma disputa territorial com os diversos outros sujeitos do campo, dentre eles, os camponeses, que outrora lutaram para conquistarem seu território, materializado nos Projetos de Assentamento, e hoje resistem para permanecerem nele. O presente artigo tem por objetivo discutir essa territorialização camponesa a partir dos assentamentos conquistados e organizados pelo Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no sudeste paraense. Para esse fim, tece um conjunto de estratégias que envolvem a construção de uma rede geográfica solidária camponesa de luta pela terra; o uso da política de escala para ampliar a luta a nível global e tornar possível conquistas locais e/ou regionais; e a disputa dos aparelhos privados de hegemonia. Nesse sentido, a territorialização está assentada no tripé terra-educação-produção. Em termos metodológicos, o trabalho utilizou-se da pesquisa bibliográfica e documental, observação sistemática, entrevistas semi-estruturadas, questionários, registros fotográficos e a produção de uma cartografia temática.