Movimentos socioterritoriais, mulheres e doação de alimentos no Brasil
as campanhas de solidariedade como resistência durante a pandemia da COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT174709Abstract
Resumo
No Brasil, durante a pandemia de Covid-19, o aprofundamento da questão da insegurança alimentar grave e da violência contra a mulher tornaram-se uns dos principais impactos potencializados pela postura adotada pelo governo de Jair Messias Bolsonaro. Diante disso, diferentes sujeitos, organizados em movimentos socioterritoriais do campo e da cidade, realizaram ações de resistência para mitigação destes problemas, tendo a solidariedade como elemento nucleador. Este trabalho analisa as ações das mulheres camponesas nas campanhas de doação de alimentos a partir do debate paradigmático, por meio de levantamentos bibliográficos, sistematização de dados quantitativos e da realização de entrevistas. As mulheres ocupam a centralidade nas ações voltadas para as campanhas, caracterizadas pela diversidade de identidades dos sujeitos participantes, com doações de marmitas, cestas, produtos de higiene/limpeza, etc. Esta centralidade coloca-se tanto nas produções dos alimentos quanto na gestão, preparação, estrutura de funcionamento/articulação e no campo paradigmático de discussões. Tais ações estão alicerçadas no Paradigma da Questão Agrária, pois buscam superar os problemas estruturantes do capital e propor mudanças socioterritoriais para um novo modelo de sociedade, pautado na justiça social e na promoção da Reforma Agrária Popular.
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