Estrangeirização de terras em Mato Grosso do Sul
impactos e resistências do MST no contexto da territorialização da Louis Dreyfus Company em Rio Brilhante
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153805Resumo
O estado do Mato Grosso do Sul se coloca no ranking brasileiro da estrangeirização de terras em terceiro lugar, expressividade que está baseada no seu processo de criação e nas políticas governamentais que deram subsídios para a territorialização de empresas de capital internacional. Compreendemos este processo como o de apropriação de terras para vários fins, acirrando os conflitos entre diferentes sujeitos. Neste trabalho, debatemos os impactos da territorialização do grupo francês Louis Dreyfus Company (LDC) em Rio Brilhante e as resistências por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos assentamentos PA Margarida Alves, PA Silvio Rodrigues e PA São Judas. Assim, os impactos causados estão vinculados à perda da produção de alimentos e contaminação ambiental devido à pulverização do agrotóxico utilizado na cana-de-açúcar, bem como da saúde com problemas respiratórios, gastrointestinais e de envenenamento/intoxicação. Com os impactos sofridos, o MST resiste por meio de ações de enfrentamento direto com as manifestações e reuniões com o objetivo de impedir a entrada da LDC nos assentamentos e o tráfego de seus caminhões, com as resistências produtivas por meio do trabalho e da comercialização dos produtos.
Palavras-chave: Estrangeirização de Terras. Louis Dreyfus Company. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Resistências. Impactos Socioterritoriais.