O Coletivo Margarida Alves e a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Assentamento Olga Benário (ASPROAB) em Ipameri (GO):
as disputas de poder em torno do trabalho e da produção do território
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164106Resumo
O objetivo desse artigo é compreender, pela análise do Coletivo Margarida Alves e da ASPROAB, as disputas de poder em torno do trabalho e da produção do território no Assentamento Olga Benário, em Ipameri (GO). O aporte teórico-conceitual parte das discussões sobre território e relações de poder, com base em autores como Foucault, Raffestin e Saquet, além dos que tratam do campesinato e dos assentamentos rurais, a exemplo de Woortmann, Turatti, Pessoa e Ferrante, entre outros. Na pesquisa de campo, foram realizadas 55 entrevistas semiestruturadas, entre janeiro e maio de 2015. Em 2019, foram feitas, também, 20 entrevistas com membros da ASPROAB. O trabalho se tornou eixo central das relações de poder e da produção do território no Assentamento Olga Benário, investido em diferentes projetos políticos: de um lado, a recusa do assentamento coletivo, pela maioria das famílias, e a adesão ao modelo associativo, que conserva a posse da terra e a organização familiar do trabalho, com a preocupação de assegurar a estabilidade de vida na terra; por outro lado, o Coletivo Margarida Alves, a despeito do seu desfazimento, também imprimiu sua importância na dinâmica histórica do assentamento, por sua proposta alternativa de trabalho e terra coletivos, sintonizada com a perspectiva de transformação social do MST.
Palavras-chave: Território. Relações de poder. Assentamento Olga Benário. Ipameri. Goiás.