“APESAR DE VOCÊ, AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA” : PESQUISA E PRÁTICA DA GEOGRAFIA E DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS E ESPAÇOS EXCEPCIONAIS.

Resumo

Vivemos tempos e espaços difíceis e excepcionais de experienciar no Brasil há um ano. A indignação com o processo em vigência é tamanha que é inviável denominá-lo. Propor-nos-emos a denunciar este massacre e, ademais, anunciar os encaminhamentos de uma política pública de educação, na área da geografia para a formação docente, de geração de encantamento em oposição crítica à necropolítica como modo de operação do atual poder político, jurídico e econômico no país. Qualificaremos o processo de descolonização dos documentos prescritivos de currículo, naquilo que definiremos como ebó epistemológico e curricular – e, de igual modo, a experiência inicial com este documento produzido para atender, em especial, a relação do campo com o contexto pandêmico e o formato remoto emergencial. A epistemologia e a respectiva pedagogia e a geografia feminista afrodiaspórica, por intermédio da aproximação das legislações reguladoras com os documentos de currículo para a educação das relações étnico-raciais e para os direitos humanos, nos induziram nos percursos teórico-conceituais. O engajamento comprometido com a proposta de escrita emancipatória foi amplamente compreendido e se demonstrou um mecanismo potente de produção de conhecimento geográfico-pedagógico em contexto de profunda excepcionalidade. Há indícios de correspondência positiva com a permanência na universidade, independentemente das adversidades.