A Inteligência Artificial na Educação e a formação da consciência: uma análise Leontieviana sobre o risco do “sentido pessoal” delegado ao algoritmo
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Este artigo é um ensaio teórico-crítico que explora as implicações da crescente inserção de sistemas de Inteligência Artificial (IA) na educação, sob a ótica da Teoria da Atividade de A. N. Leontiev. O estudo discute o paradoxo de que, embora a IA prometa otimizar a aquisição de conhecimento, ela pode simultaneamente esvaziar o sentido pessoal do estudo, elemento fundamental para a formação da consciência. Argumenta-se que a delegação da organização da aprendizagem ou de etapas cruciais das tarefas ao algoritmo pode transformar a atividade do estudante de uma busca motivada por propósito em uma sequência de ações operacionais focadas na validação algorítmica. Analisam-se as consequências dessa transformação para a subjetividade de estudantes e educadores, bem como para a relação pedagógica. O artigo conclui com um apelo pela construção de uma pedagogia e um letramento críticos em IA, visando à construção de uma educação verdadeiramente humanizadora, na qual a tecnologia sirva à formação da consciência e não o inverso.
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