A hidronímia preservada nos Sertões de Araraquara-SP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/Lex-v8a2022/23-12

Palavras-chave:

Hidrônimos, Cartas de sesmarias, Araraquara-SP

Resumo

Os nomes próprios de lugares remontam ao nosso passado e as nossas origens, e a partir deles é possível realizar um estudo toponímico interdisciplinar, uma vez que a toponímia se interliga com outras ciências. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo apresentar um recorte de uma pesquisa sobre a toponímia rural física, por meio da leitura de cartas de sesmarias, seguindo como pressupostos teórico-metodológico Backheuser (1952); Stewart (1954); Dick (1992), Cambraia (2001) e Isquerdo e Dargel (2018). Considerando o espaço que Araraquara-SP abrangia no século XIX, tal qual era conhecido como sertão, o corpus para o estudo foi o livro Registros de Propriedades Rurais do Município de Araraquara-SP (1855-1858) e os mapas cartográficos do IBGE. Foram inventariados 107 hidrônimos mencionados nas escrituras, e a partir da região central do Estado de São Paulo, a qual foi delimitada para este estudo, 22 circundam o espaço. A análise constatou que, nos topônimos, elementos de natureza circundante, como a água e a fauna, foram os aspectos motivadores predominantes de maior ocorrência nos hidrônimos analisados. Além disso, comprovou-se, mesmo que minimamente, hidrônimos que motivaram os nomes de cidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jorge Augusto Leite, UNESP

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

Clotilde de Almeida Azevedo Murakawa , UNESP

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

Referências

BACKHEUSER, E. Toponímia. Suas regras, sua evolução. Revista Geográfica. Rio de Janeiro: Instituto Pan-Americano de Geografia e História. v. IX, X. n. 25, p. 163-195, 1952.

BARBOSA, P. A. Lemos. Pequeno Vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1951. Disponível em: http://etnolinguistica.wdfiles.com. Acesso em: 30 abr. 2023.

BYNON, T. Can there Ever be a Prehistorical Linguistics? Cambridge Archaeological Journal. 5:2. London, 1995, p. 261-265. 1995. DOI https://doi.org/10.1017/S0959774300015055

CAMBRAIA, C. N. et al. Normas para transcrição de documentos manuscritos para a História do Português do Brasil. Para a História do Português Brasileiro, v. 2, p. 552-555, 2001.

CARVALHO, M. R. Dicionário tupi (antigo)-português. Empresa gráfica da Bahia, 1987. Disponível em: http://etnolinguistica.wdfiles.com. Acesso em: 30 abr. 2023.

DARGEL, A. P. T. P.; ISQUERDO, A. N. Apontamentos sobre os designativos de acidentes humanos rurais no estado de Mato Grosso do Sul. In: ISQUERDO, A. N.; DAL CORNO; G. O. M. (org.). As Ciência do Léxico. Lexicologia. Lexicografia. Terminologia. v. VIII. 1ª ed. Campo Grande/MS: Editora da UFMS, 2018. p. 91-110.

DICK, M. V. A. P. A Motivação Toponímica e a Realidade Brasileira. São Paulo: Edições Arquivo do Estado, 1990.

DICK, M. V. A. P. Toponímia e Antroponímia no Brasil. Coletânea de Estudos. São Paulo: Serviço de Artes Gráficas/FFLCH/USP, 1992.

IBGE. Mapas Municipais Censo Demográfico (2010) escala 1:100.000. Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos/censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/ms/. Acesso em: 12 abr. 2023.

IGC. Instituto Geográfico e Cartográfico. Disponível em: http://www.igc.sp.gov.br/produtos/rede_hidrografica.html. Acesso em: 31 jan. 2023.

ISQUERDO, A. N.; SEABRA, M. C. T. C. de. Apontamentos sobre hidronímia e hidrotoponímia na fronteira entre os estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. In: ISQUERDO, A. N.; BARROS, L. A. (org.). As Ciências do Léxico: Lexicologia, Lexicografia e Terminologia. v. V. 1ª ed. Campo Grande - MS: EDUFMS, 2010. p. 79-98.

LEITE, J. A.; DARGEL, A. P. T. P. A Motivação Semântica em Topônimos de Cassilândia/MS/Brasil: Um estudo preliminar. Papéis: Revista do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens-UFMS| ISSN 2448-1165, v. 24, n. Especial, p. 97-120, 2020.

LEITE, J. A. A toponímia rural humana preservada nos Sertões de Araraquara (séc. XIX-XXI). 2021. 181 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara - SP, 2021. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/204350. Acesso em: 10 maio 2023.

MANO, M. Os campos de Araraquara: um estudo de história indígena no interior paulista. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, 2006, p. 12.

MATORE, G. La méthode en lexicologie: Domaine francais. Paris: M. Didier, 1953.

OLIVEIRA, A. M. P. P. de; ISQUERDO, A. N. As Ciências do Léxico: Lexicologia, Lexicografia e Terminologia. Campo Grande: Editora UFMS, 1998.

SAMPAIO, M. A. (org.). Vocabulário guarani-português. Porto Alegre: L&PM, 1986-1987.

SAMPAIO, T. O tupi na geografia nacional. 3. ed. Bahia: Secção Graphica da escola de Aprendizes Artificies, 1928.

SÃO PAULO (Estado). Departamento de Produção Industrial. Livro dos municípios do Estado de São Paulo. São Paulo: 1951. 1132 p. Disponível em: https://bibliotecadigital.seade.gov.br/view/singlepage/index.php?pubcod=10012815&parte=1. Acesso em 10 fev. 2023.

STEWART, G. R. A classification of place names. Names. Beckerley. v. II. n. 1. Março, 1954, p. 01-13. (Tradução: Prof. Erasmo d’Almeida Magalhães). DOI https://doi.org/10.1179/nam.1954.2.1.1

TIBIRIÇÁ, L. C. Dicionário de topônimos brasileiros de origem tupi: significado dos nomes geográficos de origem tupi. São Paulo: Traço Editora, 1985.

TRUZZI, O; FOLLIS, F. A ocupação dos sertões de Araraquara: das sesmarias e apossamentos à Lei de Terras de 1850. São Carlos: EduFSCar, 2012.

Downloads

Publicado

14-06-2023

Como Citar

LEITE, J. A.; MURAKAWA , C. de A. A. A hidronímia preservada nos Sertões de Araraquara-SP. Revista GTLex, Uberlândia, v. 8, p. e0812, 2023. DOI: 10.14393/Lex-v8a2022/23-12. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/GTLex/article/view/68601. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos