Universidade, reforma agrária e agroecologia
histórias de parceria no assentamento 20 de Março-MS
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164015Resumo
A reforma agrária é a política pública que possibilita ao camponês sem-terra a possibilidade da reprodução social do grupo doméstico por meio da agricultura camponesa. Por sua vez, a agricultura camponesa é aquela que mais se aproxima da agroecologia porque suas práticas de sustentabilidade são inerentes ao modo de vida camponês que possui a terra como “morada da vida”, que é diferente da agricultura capitalista. Nesse sentido, a agroecologia é uma forma de preservação de um modo de vida ligado a uma economia camponesa cuja centro é a recriação da vida do grupo doméstico, não do lucro. O desafio neste estudo é apreender dinâmicas agroecológicas no assentamento 20 de Março, em Três Lagoas, considerando, especialmente, as dimensões fundamentais da agroecologia, a saber: prática/científica/movimento. Esses caminhos de estudo foram trilhados na busca de articulação da teoria com a empiria na forma de revisão teórica, uso de fontes orais e registros fotográficos. Esta pesquisa encontra sentido na compreensão de que o trabalho acadêmico é uma forma de contribuição para o fortalecimento da luta dos camponeses tanto para o acesso como permanência na terra de vida e trabalho. Entendemos ainda que a ativação do modo de vida camponês é a possibilidade de construção da agricultura camponesa agroecológica, aquela capaz de gerar alimentos sem criar problemas socioambientais. Portanto, devemos ouvir às histórias camponesas de recriação da vida para aprender princípios e caminhos agroecológicos.
Palavras-chave: Camponês. Universidade. Agroecologia. Práxis.