Territorialização do capital estrangeiro no setor sucroenergético de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153607Resumo
Desde meados da década de 1990 o setor sucroenergético brasileiro tem se aliado ao capital externo e a empresas estrangeiras interessadas na produção de commodities agrícolas. Minas Gerais insere-se nesse movimento na década de 2000, marcada por constantes processos de fusões e/ou aquisições, em que empresas mundiais uniram-se às agroindústrias canavieiras, num período de maior abertura econômica do setor pós crise financeira de 2008. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é compreender como esta dinâmica atual do setor ocorreu no estado, analisando a territorialização do capital externo e o processo de internacionalização das agroindústrias canavieiras, estas concentradas na mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Metodologicamente, foi levantado o número de empreendimentos no estado com participação de capital estrangeiro, assim como referencial teórico relacionado à temática e análise de dados de produção, número de usinas, preço da terra, entre outros. O presente trabalho é resultado de pesquisas voltadas para a compreensão do uso corporativo do território, através da apropriação capitalista e compra de terras pelas empresas transnacionais para a produção de commodities agrícolas, sobretudo da cana-de-açúcar e etanol. O processo de internacionalização decorrente segue a dinâmica da financeirização da riqueza e compreende, inclusive, a captura dos recursos naturais, da biodiversidade atingindo os demais componentes do espaço agrário como principalmente o emprego rural.